Frederico Varandas quer que os desordeiros sejam punidos

O presidente do Sporting foi recebido no Ministério da Administração Interna e exigiu ao Estado que tome medidas para erradicar a violência no desporto. "Essa escumalha não pode ter espaço nos recintos desportivos", disse.
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Frederico Varandas, presidente do Sporting, foi esta quarta-feira recebido no Ministério da Administração Interna, onde foi pedir para que sejam adotadas medidas para erradicar a violência no desporto.

No final do encontro com com João Paulo Rebelo, secretário de Estado do Desporto, e Antero Luís, secretário de Estado adjunto da Administração Interna, o líder leonino reafirmou a ideia que os recintos desportivos recebem pessoas que "são um cancro no desporto português" e garantiu que esta é uma luta que pretende levar até ao fim.

"O Sporting é um aliado corajoso contra esta luta, contra este tipo de pessoas, porque vamos estar sempre do lado da elevação de um desporto que é muito querido neste país. Não podemos pactuar com escumalha que incita à violência e ao ódio, que imita sons de um very light para celebrar um homicídio ou que atira tochas para cima de atletas. Essa escumalha não pode ter espaço nos recintos desportivos", assumiu Frederico Varandas, garantindo que o estado português "está perfeitamente consciente e alinhado com a maneira do Sporting pensar".

"Hoje já existe alguma coisa em termos legislativos, mas como presidente do Sporting exijo mais. É preciso que as penas saiam mais depressa, pois estas pessoas afastam gente dos recintos desportivos e são um cancro para o desporto português. E, como tal, não podem ter espaço no desporto", frisou.

Varandas lembrou depois vários casos que em sua opinião são preocupantes: "Alcochete foi uma tragédia e o Sporting foi o clube que mais sofreu recentemente com este problema. Temos de aprender a lição e é preciso fazer mudanças. Vejam só o que aconteceu nos últimos meses, após o que se passou em Alcochete: Leixões, Guimarães, Benfica, Braga... Isto é o dia-a-dia, está a tornar-se vulgar."

O presidente leonino assumiu ainda que "o Estado português está solidário com o Sporting", razão pela qual está esperançado que irão surgir medidas. "Vamos fazer esta luta, seja sozinhos ou acompanhados, mas gostaria que o Sporting não estivesse sozinho. É que, independentemente das rivalidades que têm de existir, há coisas superiores. O Sporting é um peão de um negócio que é o futebol, que tem de ser muito bem cuidado. É preciso ter coragem. É preciso arrumar a casa internamente", sublinhou, considerando que é preciso responsabilizar quem provoca desacatos.

"Não podem ser os clubes a pagar estas multas. Há grupos com comportamentos incorretos e são os clubes que pagam, exigimos que haja uma responsabilidade individual. Temos de identificar as pessoas. Ponham os olhos na Premier League", disse, lembrando que "o Sporting é punido duplamente porque os adeptos atiram tochas para o relvado e para os atletas". "Está tudo está invertido. O futebol tem de ser um espaço para as famílias e Alvalade vai ser um estádio onde as famílias vão sentir-se confortáveis. Para mim é inqualificável ver grupos em Alvalade que não festejam um golo, que criam instabilidade. Isto é apoiar? Uma claque existe por amor ao clube", atirou.

"Dou a garantia aos sócios que para o ano o estádio de Alvalade vai ser confortável para as pessoas trazerem os netos e os filhos. Serão bem-vindos os grupos que apoiem o seu clube sem pedir nada em troca", finalizou.

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