Francisco Rodrigues dos Santos aumenta coligações e lidera dez
Apesar do clima de tensão que se vive no CDS, o conselho Nacional do partido aprovou por larga maioria, na madrugada de terça-feira, os 73 acordos que coligação para as eleições autárquicas. Francisco Rodrigues dos Santos conseguiu o aval de 101 conselheiros nacionais, contra 13 que rejeitaram os acordos e nove que se abstiveram.
O número de coligações é superior ao que foi celebrado em 2017, ainda na altura das lideranças de Pedro Passos Coelho no PSD e de Assunção Cristas no CDS. E uma diferença substantiva é o facto dos dois partidos irem juntos à Câmara de Lisboa, o que não aconteceu há quatro anos.
Na capital, onde os partidos se juntam para tentar que a coligação Novos Tempos Lisboa, liderada por Carlos Moeda vença o socialista Fernando Medina, os centristas também conseguiram importantes ganhos na liderança das listas em nove juntas de freguesia da cidade, algumas maiores que algumas câmaras - são elas Parque das Nações, Campo de Ourique, Arroios, Misericórdia, Campolide, Penha de França, Benfica, Alcântara e Ajuda.
Das coligações ontem aprovadas em Conselho Nacional o CDS encabeça dez: Montemor-o-Novo (CDS/PSD), Mora (CDS/PSD/PPM), Seia e Tomar (CDS/MPT/PPM), Olhão (CDS/Iniciativa Liberal), Portimão (CDS/Nós, Cidadãos, Aliança), Palmela e Leiria (CDS/MPT), Caldas da Rainha e a freguesia da Foz do Arelho (CDS/MPT/PPM/ Nós, Cidadãos).
Faltam ainda acordos de coligação que ainda não foram aprovados nos órgãos locais dos partidos envolvidos, como por exemplo em São João da Madeira, em que a coligação PSD/CDS será encabeçada por João Almeida, que disputou a liderança com Francisco Rodrigues dos Santos no último congresso.
Entre as que são lideradas pelos sociais-democratas, destacam-se as de Braga, Almada, Funchal, Gaia, Beja, Évora, Vila Real e Coimbra.
Na sua intervenção inicial no Conselho Nacional, aberta aos jornalistas, o presidente do partido indicou que a ratificação das coligações autárquicas é um processo que não se faz "num só golpe" mas "de forma faseada", havendo necessidade de o Conselho Nacional se reunir mais vezes.
Francisco Rodrigues dos Santos explicou igualmente que as coligações só são submetidas à aprovação dos conselheiros nacionais depois de "as formalidades estarem todas preenchidas", inclusivamente que o acordo de coligação esteja assinado pelas estruturas locais.
Já o objetivo é o de melhorar o resultado alcançado pelo partido em 2017, quando Assunção Cristas era líder, e eleger mais autarcas, e o presidente mostrou-se também convicto de que o CDS vai conseguir manter os municípios que lidera atualmente: Velas, Ponte de Lima, Albergaria-a-Velha, Vale de Cambra, Santana e Oliveira do Bairro.
No que toca às contas do partido relativas ao ano passado, o CDS registou um resultado positivo de 244 mil euros, mas aumentou o passivo em cerca de 100 mil euros.
Segundo relataram à Lusa fontes presentes na reunião, alguns conselheiros nacionais questionaram as contas e o envolvimento da direção no processo autárquico.
Respondendo a quem antecipou um mau resultado para o CDS nestas eleições, o presidente considerou "uma ofensa", defendeu que o partido não "está morto" e "tem solução" e acusou os críticos de fazerem "dois discursos", disseram as mesmas fontes.
Francisco Rodrigues dos Santos considerou igualmente que os críticos têm "uma agenda que é evidente" e que "não vale a pena esconder" e, apesar de não encontrar "vontade" para uma convergência, voltou a apelar a um trabalho conjunto em prol das autárquicas. Apontando que as direções são avaliadas pelos resultados e que a sua "cá estará para responder", o líder salientou ainda que vai disputar o próximo congresso.
Aos jornalistas garantiu que as suas críticas aos adversários internos, que terá feito na Comissão Política do partido, sobre este processo apareceram descontextualizadas.