Franchise é a palavra mágica para os grandes estúdios

Primeiro "Ghostbusters" surgiu em 1984: desde então, o filme gerou uma franchise que envolve um pouco de tudo.
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Nos tempos heroicos de Hollywood, os mais lendários produtores (David O. Selznick, Jack Warner, Samuel Goldwyn, etc.) eram patrões que geriam a carreira de estrelas. Agora, na era dos blockbusters, os produtores são executivos empenhados em encontrar a "fórmula" mais eficaz. Não se fazem, então, filmes interessantes?... Acontece, é verdade, basta observarmos a fascinante pluralidade do cinema americano. Em qualquer caso, para os grandes estúdios, a palavra mágica já não é "filme" nem "estrela" - é franchise.

De onde veio, então, a ideia de fazer um Ghostbusters no feminino? Em primeiríssimo lugar, da força da respetiva franchise, criada por Dan Aykroyd e Harold Ramis. Como se costuma dizer, os números falam por si: o primeiro Ghostbusters, lançado no Verão de 1984, arrecadou nas bilheteiras americanas nada mais nada menos que 242 milhões de dólares... Parece quase banal face aos números de alguns "super-heróis" do presente? De facto, importa fazer as contas, começando por lembrar que o orçamento foi apenas de 30 milhões. Mais do que isso: se corrigirmos o valor da receita tendo em conta a inflação, os 242 milhões correspondem a 616 na atualidade, colocando Ghostbusters no 34.º lugar dos filmes mais rentáveis de sempre no mercado americano (o ano passado, o mais recente episódio de outra franchise, Missão Impossível, com Tom Cruise, rendeu menos de um terço daquele valor).

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Era o princípio de uma diversificação de produtos que, em última instância, independentemente dos méritos artísticos, define a vitalidade financeira de qualquer franchise. Assim, em 1989, surgiu Ghostbusters II, de novo dirigido por Ivan Reitman: o impacto comercial foi francamente menor, mas o desenvolvimento de produtos adjacentes estava em marcha, a começar pelos jogos de vídeo (mais de uma dezena desde 1984). Isto sem esquecer, claro, brinquedos, livros de banda desenhada, séries animadas de televisão e até um parque temático nos terrenos dos estúdios Universal, na Florida (que funcionou até 1996).

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Entretanto, o novo Ghostbusters estreou a semana passada (dia 15) nas salas dos EUA, acumulando 46 milhões de dólares - receita mais que consistente, dizem os analistas, embora, desta vez, convenha lembrar que o orçamento foi da ordem dos 150 milhões. Como os produtores já reconheceram, com tal investimento, o objetivo é conseguir pelo menos 500 milhões de receita global em todo o mundo. Para já, está tudo inquieto à espera da autorização para exibição na China... É que o mercado chinês já não é nenhum fantasma, podendo ser decisivo para acertar as contas finais.

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