FPF omissa sobre consequências de aplicação no BPN
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) emitiu ontem uma nota sobre o investimento feito por sugestão de um gerente do BPN, onde são omissas as consequências do não retorno das verbas na actividade da instituição.
O texto, que também não refere o montante da aplicação financeira, surgiu na sequência de uma notícia do Jornal de Negócios onde se afirma que a "FPF teme problemas financeiros se não receber 2,5 milhões da SLN Valor".
Sublinhando que "a aplicação foi sugerida pelo gerente de conta da FPF no BPN [quando] este banco era presidido por Miguel Cadilhe, que nos merecia e merece toda a credibilidade" (embora já tenha deixado a administração do banco), a Federação adiantou que a proposta foi "apresentada e entendida como um depósito a prazo, não envolvendo riscos de capital".
Como tal, "a aplicação foi subscrita pela FPF devido às condições da oferta (remuneração de cerca de 7% de juros), que foram consideradas vantajosas". Agora, a Federação "está a acompanhar atentamente todo o processo e está confiante (...) que o restante capital será restituído nos termos acordados ou no mais curto espaço de tempo possível".
Segundo a edição de ontem do Jornal de Negócios, a FPF "aplicou 2,5 milhões de euros na emissão de papel comercial da SLN Valor - que se vence no início de Agosto".
Segundo uma exposição de Gilberto Madaíl à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, citada pelo Jornal Económico mas negada pela FPF, "o responsável refere que sem o retorno desse depósito, de 2,5 milhões de euros, podem vir a existir convulsões financeiras e económicas de grandes repercussões".
Na sua nota, a Federação confirmou um dado da notícia: "A SNL já restituiu à FPF 10% do valor aplicado, acrescido dos respectivos juros, tal como terá acontecido com os cerca de 1200 subscritores."