Forte em Caminha reabre em junho após acordo com a Marinha

O Forte da Lagarteira, em Vila Praia de Âncora, Caminha, até agora fechado e sem qualquer utilização, vai reabrir a 1 de junho "ao serviço da população e do turismo", anunciou esta terça-feira à Lusa o presidente da câmara local.
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O Forte da Lagarteira foi mandado construir por Dom Pedro II no século XVII na sequência das Guerras da Restauração da independência (1640-1668) para o reforço da costa portuguesa perante a ameaça espanhola, integrando-se na linha de defesa estrategicamente colocada nas margens do rio Minho e ao longo da costa atlântica.

Segundo o autarca socialista de Caminha, Miguel Alves, o protocolo de cooperação que vai permitir a fruição pública daquele imóvel, a celebrar na quarta-feira entre a Autoridade Marítima Nacional e o município, "vigorará durante um período de cinco anos, renovável, e sem custos para a autarquia".

Naquele documento, o município compromete-se a garantir a conservação, manutenção e custos de funcionamento do imóvel, podendo, em contrapartida, utilizar o espaço para a realização de eventos.

"O acordo vai permitir a fruição do espaço mediante um programa cultural, recreativo e desportivo", adiantou.

Além daquelas atividades, Miguel Alves referiu que, a partir de 1 de junho, o edifício do século XVII, "vai estar aberto a visitas".

"Após a assinatura do acordo de cooperação, a câmara vai proceder à limpeza do imóvel e à colocação de placas informativas sobre a sua história e significado para podermos receber os visitantes, estando prevista a possibilidade de visitas guiadas ao imóvel", referiu.

A localização privilegiada do Forte da Lagarteira, em pleno portinho de Vila Praia de Âncora, e "as suas potencialidades" levaram a Câmara de Caminha a encetar negociações com a Marinha com vista à cedência do imóvel, uma vez que este se encontrava encerrado e sem aproveitamento".

O protocolo de cooperação a assinar, na quarta-feira às 18:30 naquele forte, entre o diretor-geral da Autoridade Marítima, vice-Almirante Sousa Pereira e o presidente da Câmara de Caminha, numa cerimónia que contará com presença do secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, prevê a possibilidade de realização, por parte da autarquia, de obras de requalificação do imóvel.

"Todas as intervenções carecem sempre de autorização da Autoridade Marítima Nacional e, no caso, de ser um projeto mais profundo, terá que ter o aval da Direção-Geral do Património Cultural para garantir a manutenção das suas características históricas e arquitetónicas", especificou.

O protocolo negociado com a Marinha, e que estabelece as condições em que o edifício do vai ser utilizado pela autarquia, durante os próximos cinco anos, período após o qual poderá ser renovado, foi aprovado, em outubro de 2015, pela maioria socialista naquela autarquia.

"Pontualmente, a Marinha já tinha autorizado a realização de alguns eventos, sempre com grande sucesso, o que reforçou a ideia de que o Forte da Lagarteira poderia constituir uma mais-valia para Vila Praia de Âncora e para o próprio concelho", referiu Miguel Alves.

Entre os eventos já realizados pela autarquia naquele espaço, destacam-se, em 2014, um concerto com Teresa Salgueiro, e em 2015, a iniciativa Fado Forte, evento integrado nas Viagens à Terra Nova, uma exposição que homenageou os mais de 700 pescadores do concelho que se dedicaram à pesca do bacalhau nos mares da Terra Nova.

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