Formação de adultos deve responder ao mercado de trabalho

O Conselho Nacional de Educação recomendou ao Governo que a oferta formativa para adultos corresponda às necessidades dos formandos, das empresas e das regiões, e defendeu o "envolvimento urgente das instituições do ensino superior" neste processo.
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Numa recomendação sobre políticas públicas de educação e formação de adultos, enviada ao gabinete do ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, na passada sexta-feira, e à qual a agência Lusa teve acesso, o CNE defendeu que "devem ser adotadas medidas tendentes a promover e certificar uma nova oferta de formação emergente, com uma tipologia específica, desenhada à medida das necessidades dos adultos e/ou das empresas".

Para o CNE são os centros de formação ou certificação de competências dos adultos que devem adaptar a sua oferta às necessidades, e não os formando a adequarem a sua formação à oferta existente.

O conselho considera que deveria existir uma maior articulação entre empresas e centros de formação, de forma a satisfazer as necessidades regionais no âmbito do mercado de trabalho.

O órgão consultivo do Ministério da Educação e Ciência (MEC) entende ainda que se deve promover " o envolvimento urgente das instituições de ensino superior na educação e formação de adultos, levando-as a assumi-la como parte integrante da sua missão e a adotar mecanismos de distribuição de serviço docente e de avaliação das carreiras compatíveis com essa realidade".

Neste domínio o CNE considera, por exemplo, que seria importante recuperar os cursos superiores de horário noturno, que têm progressivamente desaparecido das universidades, e que o conselho entende que deveriam ser uma oferta destinada a adultos.

Em abril a presidente do CNE, Ana Maria Bettencourt, esteve na Comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República, acompanhada por outros representantes do conselho de educação, para apresentar as conclusões do relatório "Estado da Educação 2012 -- Autonomia e Descentralização".

Na ocasião defendeu perante os deputados que Portugal, numa altura em que o país enfrenta a mais elevada taxa de desemprego da sua história, deveria aproveitar a oportunidade e apostar na qualificação dos adultos.

"Hoje há tendência para se achar que, como há mais desemprego, então, não vale a pena estudar. É preciso convencer as pessoas de que mais qualificações é mais emprego, os estudos apontam para aí. Valia a pena apostar nas pessoas que estão em casa, desempregadas", disse no parlamento.

A Lusa contactou o MEC, mas não obteve qualquer reação às recomendações emitidas pelo CNE.

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