Forças russas deixam central nuclear de Chernobyl após exposição à radiação
As tropas russas começaram a abandonar a central nuclear de Chernobyl depois de os soldados terem estado expostos a "doses significativas" de radiação enquanto cavavam trincheiras num local altamente contaminado, disse esta quinta-feira a empresa estatal de energia da Ucrânia, citada pela The Associated Press.
A operadora Energoatom não deu detalhes sobre o estado de saúde dos soldados ou de quantos ficaram afetados, mas adiantou que os russos cavaram na floresta dentro da zona de exclusão nas imediações da central nuclear agora fechada e que em 1986 foi palco do pior desastre nuclear de sempre.
As tropas "entraram em pânico ao primeiro sinal de doença", que "apareceu muito rapidamente" e começaram a preparar-se para partir, disse a Energoatom.
As forças russas começaram esta quarta-feira a retirar-se da central nuclear de Chernobyl, que controlavam desde os primeiros dias da invasão na Ucrânia.
Desde 9 de março que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) deixou de receber dados diretamente da central nuclear onde ocorreu em 1986 o maior acidente radioativo da história.
Ainda no domingo, a agência das Nações Unidas voltou a manifestar preocupação com a falta de rotatividade dos funcionários desta central desde 20 de março.
A agência para o nuclear da ONU indicou na terça-feira que o seu diretor-geral está na Ucrânia para discutir com responsáveis do governo a disponibilização de "assistência técnica urgente" para garantir a segurança das instalações nucleares do país.
Desde o início da ofensiva militar russa, há mais de um mês, Rafael Grossi tem alertado para os perigos desta guerra, a primeira num país com uma grande capacidade nuclear - 15 reatores em quatro centrais em atividade e vários depósitos de resíduos nucleares.
As forças russas controlam ainda a maior central nuclear da Europa, em Zaporijia.