"Foi um apuramento mais difícil do que aquilo que perspetivámos"
"É uma felicidade para os jogadores, para mim e para os portugueses. Foi um apuramento mais difícil do que aquilo que perspetivávamos. Aqueles dois empates, que não são normais, condicionaram um pouco, não estávamos à espera. Mas pelo meio ganhámos a Liga das Nações. Umas vezes com mais nota artística, outras vezes com menos, conseguimos o apuramento. Este jogo foi o espelho do apuramento, difícil, num relvado complicado. Os jogadores, ao sentirem dificuldades para circular a bola, defenderam-se um pouco e jogaram mais vezes para trás. Depois a equipa adaptou-se melhor e fizemos o golo num lance muito bom, num passe em profundidade. Na segunda parte tivemos de jogar como o jogo pedia, umas vezes bem, outras não tanto, mas sempre com a cabeça fria. E fizemos o segundo golo com toda a justiça", começou por dizer Fernando Santos na zona de entrevistas rápidas da Sport TV.
"A única equipa que não sofreu golos do Luxemburgo foi Portugal. Competia ao treinador desvalorizar o estado do relvado, mas logicamente que isso nos causou muitas dificuldades", acrescentou, minutos depois, já na conferência de imprensa. "Foi um apuramento merecido", frisou.
Sobre a fase final do Campeonato da Europa, Fernando Santos assumiu a candidatura ao título mas não o favoritismo. "Sabemos claramente que somos candidatos à Europa, mas não somos favoritos. Esta seleção tem qualidade. Não é fácil ganhar a Portugal. Portugal tem todas as condições para fazer um grande Campeonato da Europa", vaticinou.
Questionado sobre o melhor dos 99 golos por Cristiano Ronaldo ao serviço da seleção, Fernando Santos discordou do jornalista que disse que o golo deste domingo "não foi grande coisa". "Para mim foi o melhor. Um jogador com 34 anos conseguir ser tão rápido no ataque às bolas aos 90 minutos é fantástico", referiu, bem-disposto.
Novamente interrogado sobre a fase final, desta feita sobre o formato, considerou o novo Campeonato da Europa, jogado em 12 cidades de 12 países, uma "trabalheira". "Um Europeu em 12 cidades-sede é uma trabalheira. Temos estado a correr mundo para encontrar as melhores soluções, havendo a nuance de uma seleção jogar duas vezes em casa. É preciso esperar até dia 30 [data do sorteio da fase final]", perspetivou.
"Portugal tem sempre de sonhar. O objetivo passa por pensar jogo a jogo, pareceu-me ser assim no Europeu, pelo menos o mister Fernando Santos sempre disso isso. Foi o que nos levou ao Europeu e o que nos pode levar a ter uma grande prestação", referiu o autor do golo inaugural, que criticou o estado do relvado: "O facto de não sentirmos os pés tornou mais difícil a procura da profundidade."
"Sabíamos que o Luxemburgo tinha a lição bem estudada, vinha para incomodar. Conseguiram, tiveram muita entrega e repartiram bem o jogo. Tivemos dificuldades, mas depois adaptamo-nos ao relvado e conseguimos explorar mais a profundidade. Foi assim que surgiu o golo do Bruno. Não foi uma exibição por aí além, mas tivemos a entrega necessária", afirmou o médio do FC Porto, que lamenta o facto de Portugal não ter conseguido o primeiro lugar no grupo.