Foi presa a mulher do burlão Alves dos Reis

O DN de 4 de agosto de 1926 noticiava na primeira página a prisão de Maria Luísa Alves dos Reis, mulher do homem que ficou para a história como o maior burlão português.
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Sob o antetítulo "O caso do Angola e Metrópole", nome de um banco, o DN de 4 de agosto de 1926 noticiava que "foi ontem presa a esposa de Alves dos Reis, tendo-lhe sido arbitrada a fiança de 5000 contos". Em causa, as joias e outras dádivas importantes que aceitou sabendo, dizia o jornal, que tinham sido adquiridas com as notas falsas de 500 escudos mandadas imprimir pelo marido.

Artur Virgílio Alves dos Reis, que estava detido desde dezembro de 1925, conseguiu que uma casa impressora britânica produzisse 200 mil notas de 500 escudos, iguais às verdadeiras, mas na realidade falsas por não terem sido encomendadas pelo Banco de Portugal. Foi descoberto ao fim de alguns meses, sobretudo depois de suspeitas sobre a atividade do Banco Angola e Metrópole que fundara, e acabou por ser condenado a 20 anos de prisão. O caso marcou o final da Primeira República e os primeiros anos da ditadura instaurada pelo golpe de 28 de maio de 1926. A edição do DN aqui referida trazia na primeira página a seguinte nota: "Este número foi visado pela Comissão de Censura."

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