Fogo em Notre-Dame está extinto, 15 horas depois

Fogo propagou-se rapidamente à totalidade do telhado da catedral parisiense. Equipas de bombeiros continuam no local para vigiar estrutura e retirar obras de arte.
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O incêndio que deflagrou ao final da tarde de segunda-feira na Catedral de Notre-Dame, em Paris, foi considerado extinto. Em comunicado à imprensa, pouco antes das dez da manhã - hora francesa, menos uma hora em Lisboa - desta terça-feira, os bombeiros anunciaram que as chamas foram apagadas e que agora é hora de os peritos examinarem as estruturas do edifício, para saber como se poderá proceder em seguida.

O "fogo violento" propagou-se "muito rapidamente à totalidade do telhado", em cerca de 1000 metros quadrados, indicou Gabriel Plus, o porta-voz da brigada dos sapadores bombeiros de Paris. De acordo com o responsável, as equipas continuam mobilizadas para assegurar a vigilância da estabilidade da estrutura e, sobretudo, "para retirarem as obras que merecem ser retiradas. Esta fase vai durar todo o dia", explicou Gabriel Plus.

O incêndio começou cerca das 18:50 (17:50 em Lisboa) na segunda-feira. Em poucas horas, grande parte do telhado ficou reduzida a cinzas.

"O telhado inteiro está danificado, toda a estrutura ficou destruída, parte da abóboda caiu", disse Gabriel Plus, ao início da manhã.

No entanto, "os dois campanários foram salvos", bem como "todas as obras de arte" pertencentes ao 'tesouro' da catedral, incluindo a coroa de espinhos e a túnica de São Luís, indicou.

A estrutura da catedral foi salva mas está em situação "precária", admitiu já esta terça-feira o secretário de Estado do Interior francês, Laurent Nuñez. "O perigo do fogo já foi afastado, a questão agora é o edifício: como é que a estrutura vai resistir ao incêndio da noite passada", explicou.

A Procuradoria de Paris tinha já afirmado que os investigadores estavam a considerar o incêndio como um acidente, referindo que a polícia vai avançar com uma investigação por "destruição involuntária causada pelo fogo",

No local, na segunda-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o pior tinha sido evitado e prometeu que a catedral do século XII será reconstruída.

Milionários franceses dão 300 milhões

O milionário dono do grupo LVMH, Bernard Arnault, que detém marcas de luxo como a Louis Vuitton ou os champanhes Moët & Chandon, anunciou esta manhã a doação de 200 milhões de euros para a reconstrução da catedral de Notre-Dame. Ainda na noite de segunda-feira, François Pinault foi o primeiro milionário francês a doar uma verba também considerável para os trabalhos de reconstrução da catedral, 100 milhões de euros.

Os líderes das principais instituições da União Europeia manifestaram também a sua solidariedade com França na sequência do incêndio na catedral: num debate no Parlamento Europeu, os presidentes da assembleia, António Tajani, do Conselho Europeu, Donald Tusk, e da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, iniciaram invariavelmente as suas intervenções com palavras de pesar pelo incêndio da véspera que destruiu parcialmente um dos grandes símbolos de França e da Europa, afirmando-se "feridos no coração".

A tragédia de Notre-Dame gerou mensagens de pesar e de solidariedade de chefes de Estado e de Governo de vários países, incluindo Portugal, bem como do Vaticano e da Organização das Nações Unidas.

"Majestoso e sublime edifício", como escreveu em 1831 o escritor francês Victor Hugo no seu romance "Notre-Dame de Paris", a catedral foi construída em 1163 e iniciou a função religiosa em 1182.

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