Fogo cruzado na corrida à maior distrital do PSD
A maior distrital do PSD vai hoje a votos num quadro que não era visto há 17 anos, isto é, com algum candidato a desafiar a lista hegemónica. É do Porto que se fala, pois claro, onde Celso Ferreira põe em causa a liderança de Virgílio Macedo, que já soma dois mandatos à frente daquela estrutura. E se, de início, o braço-de-ferro parecia relativamente contido, a verdade é que o ambiente azedou e a troca de palavras endureceu.
Ao DN, Celso Ferreira, presidente da Câmara Municipal e da concelhia social-democrata de Paredes, faz um balanço "negativo" da liderança de Virgílio Macedo, vincando que, "após 22 anos marcados por dois ciclos [os últimos dois líderes foram Luís Filipe Menezes e Marco António Costa] de grandes vitórias no Porto, o partido apagou-se e fechou-se em si próprio". "Ninguém pode dissociar esse ciclo de grandes derrotas da forma como a distrital se comporta", atira. O autarca aponta "a perda das câmaras de Porto, Gaia, Valongo, Paços de Ferreira, Gondomar, Santo Tirso e Lousada [nas autárquicas de 2013] como expoente máximo" da gestão de Macedo, notando mesmo que o seu adversário "ignora esses resultados", bem como os das europeias de maio último. "A distrital está acantonada, deixa o PS falar sem contraditório", assevera ainda.
Virgílio Macedo estranha a toada do opositor, denunciando que Celso Ferreira "nunca fez qualquer crítica, em privado ou em público, ao trabalho da distrital". Por isso, resume a sua estupefação revelando até que no dia em que marcou as eleições - foram antecipadas nove meses - Celso Ferreira lhe telefonou a indicar que quereria ser seu vice-presidente: "Não sei o que estará na base desta candidatura."