O pó branco que se entranha no carro mantém-se, mas há uma estrada mais larga do que a existente até maio, tábuas de madeira a delimitar vias e bermas. E sinalética a avisar que vão surgir parques de estacionamento pagos..Estes são os primeiros sinais de que alguma coisa está a mudar nos 2,9 quilómetros entre as praias do Rei/Princesa e a da Bela Vista, na parte sul da Costa da Caparica..Uma alteração na paisagem que surpreende quem tem começado a ir para aquela zona da Margem Sul à procura de sol e praia, nas poucas oportunidades que o clima tem dado, e que faz parte de um conjunto de obras de requalificação dos parques e vias de acesso desde a Estrada Florestal (EN 377) da responsabilidade da Câmara Municipal de Almada na sequência da transferência de competências para as autarquias. Esta intervenção vai mudar a face das zonas balneares da Costa da Caparica - das mais procuradas na Grande Lisboa - e deverá estar concluída no próximo ano..O objetivo, segundo explicou ao DN fonte oficial da autarquia, é "recuperar parques e acessos a várias praias ao longo da Costa da Caparica, organizar a circulação e o estacionamento e promover tudo o que possibilite chegar à praia por meios suaves e alternativos". Além do alargamento da estrada secundária que dá acesso às praias, vai nascer uma via "com 3,5 metros de largura para circulação pedonal e que se pode transformar em via de acesso de emergência"..Está assim no terreno a tentativa de dar organização ao trânsito e evitar o caos em que se torna a circulação e o estacionamento nestas zonas, principalmente quando há tempo quente..Dos trabalhos, para já, o mais visível é o aumento da dimensão da via que escoa os carros para os parques das praias e a faixa paralela separada por limitadores de madeira - retirados do largo na cidade da Costa da Caparica que está a ser requalificado e onde estas tábuas já não seriam aproveitadas..O pó que se levanta à passagem dos carros mantém-se e em alguns dos acessos às praias o estacionamento de carros em cada um dos lados da estrada, limitando a circulação a praticamente uma faixa, também..Mas, dentro de um ano, quem voltar àquelas praias - e provavelmente às restantes que constituem a oferta de zonas balneares da região - deverá encontrar um cenário muito diferente. "A Câmara Municipal de Almada está a reorganizar toda a zona, é já uma consequência da passagem de competência para as autarquias. Estão a rasgar toda a zona e a fazer um corredor de emergência que não existia. O trânsito é caótico, mas com esta intervenção deve melhorar." Esta é a esperança para o futuro transmitida por João Carreira, proprietário de dois restaurantes/bares: o Waikiki (na praia da Sereia) e o Borda d'Água (praia da Morena)..Parques a dois euros/dia.Neste momento, a intervenção está numa fase menos ativa, sem máquinas pesadas no terreno - estas só regressam "em outubro". Mas, quando acabar, João Carreira, que é também presidente da Federação Portuguesa de Concessionários de Praia, acredita que vão ficar resolvidos alguns dos problemas que os utilizadores daqueles caminhos e espaços enfrentam. "À partida o pó vai acabar, agora uma pessoa tem de lavar o carro ao fim de um ou dois dias, o que quando há tanta falta de água não é bom", explica..Nesta tentativa de ordenar o trânsito há uma opção já decidida: os parques de estacionamento junto das praias vão ser pagos. Neste momento apenas os da praia da Rainha e os de São João (zona norte da Costa) o são, sendo todos os restantes gratuitos e com o parqueamento feito de forma desordenada..Quando as obras estiverem terminadas já não será assim. Aliás, no início de alguns dos caminhos de acesso aos areais já é visível a sinalética de parque pago. "É um senão", concorda. E quanto ao preço? "O feed back que tenho é que deve ser na ordem dos dois euros por dia. Não é muito castigador", frisa João Carreira, que adianta a capacidade prevista para cada um desses espaços: "Mais ou menos 400 carros.".Sentado na esplanada de um dos seus restaurantes/bares diz estar satisfeito com esta intervenção da autarquia por considerar que vai trazer benefícios para os seus clientes que este ano verão as traves de madeira no chão nos parques de estacionamento, algumas delas colocadas junto às bermas e a tal estrada que liga à via regional que depois segue para a Costa da Caparica ou para a Charneca da Caparica alargada. "Estamos na expectativa. Terem começado nesta altura prejudicou-nos um pouco. Mas agora reduziram os trabalhos, só estão a colocar as delimitações, por isso as pessoas podem vir para a praia à vontade. As obras só regressam em outubro", diz..Ao DN fonte oficial da câmara diz que a intervenção, que começou a "ser preparada em março e teve os primeiros reflexos no terreno em meados de maio", abrangerá uma área de 80 mil metros quadrados..Chamando a atenção para a complexidade da obra - "envolve a articulação com diversas entidades como a Agência Portuguesa do Ambiente ou o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas" -, acrescenta que após os meses de verão deverá avançar a requalificação da estrada florestal. "É uma obra complexa e vai ter um grande impacto, representando não só uma enorme melhoria na qualidade e conforto dos acessos, mas essencialmente para a segurança de todos os utilizadores", garantiu..Programa para a orla costeira parado.As obras que a autarquia começou não fazem parte do Plano para a Orla Costeira aprovado e apresentado há cerca de dois anos pelo governo. Neste projeto, que tem como objetivo ordenar toda a zona costeira do país, entre as várias propostas estava a de reduzir o tamanho dos bares, em alguns casos para metade. No entanto, ainda nada avançou nesse aspeto e João Carreira espera que não avance.."Fomos contra esse plano e esperemos que agora, com a passagem para a competência das autarquias, alguma coisa seja retificada. Era impossível atender os clientes com os números de lotação que estavam previstos. Esperemos que haja bom senso para bem do conforto das pessoas e do turismo", concluiu..Praias fecham à vez para receber areia.A Costa da Caparica tem outra obra estruturante neste verão: a colocação de areia nas praias da frente urbana. Esta operação aguarda o visto do Tribunal de Contas e deverá decorrer no mês de agosto. Ao DN a Agência Portuguesa do Ambiente explicou que esta intervenção tem de decorrer nesta altura do ano pois o "período de verão é a altura, por razões técnicas e operacionais, em que as condições de agitação marítima são as mais favoráveis". Acrescentou que "com ondulação de dois metros de altura ou superior já não é possível desenvolver os trabalhos indispensáveis. Salvaguardando ainda essenciais condições de segurança, as praias que irão ser alimentadas terão de ficar temporariamente interditas durante a execução dos respetivos trabalhos, 24 horas por dia e sete dias por semana. Estima-se que essa interdição temporária seja em média de três a cinco dias". Quem quiser saber quais os períodos e as praias que estão fechadas - será uma por cada intervenção - pode consultar a aplicação da APA: Info Praia.
O pó branco que se entranha no carro mantém-se, mas há uma estrada mais larga do que a existente até maio, tábuas de madeira a delimitar vias e bermas. E sinalética a avisar que vão surgir parques de estacionamento pagos..Estes são os primeiros sinais de que alguma coisa está a mudar nos 2,9 quilómetros entre as praias do Rei/Princesa e a da Bela Vista, na parte sul da Costa da Caparica..Uma alteração na paisagem que surpreende quem tem começado a ir para aquela zona da Margem Sul à procura de sol e praia, nas poucas oportunidades que o clima tem dado, e que faz parte de um conjunto de obras de requalificação dos parques e vias de acesso desde a Estrada Florestal (EN 377) da responsabilidade da Câmara Municipal de Almada na sequência da transferência de competências para as autarquias. Esta intervenção vai mudar a face das zonas balneares da Costa da Caparica - das mais procuradas na Grande Lisboa - e deverá estar concluída no próximo ano..O objetivo, segundo explicou ao DN fonte oficial da autarquia, é "recuperar parques e acessos a várias praias ao longo da Costa da Caparica, organizar a circulação e o estacionamento e promover tudo o que possibilite chegar à praia por meios suaves e alternativos". Além do alargamento da estrada secundária que dá acesso às praias, vai nascer uma via "com 3,5 metros de largura para circulação pedonal e que se pode transformar em via de acesso de emergência"..Está assim no terreno a tentativa de dar organização ao trânsito e evitar o caos em que se torna a circulação e o estacionamento nestas zonas, principalmente quando há tempo quente..Dos trabalhos, para já, o mais visível é o aumento da dimensão da via que escoa os carros para os parques das praias e a faixa paralela separada por limitadores de madeira - retirados do largo na cidade da Costa da Caparica que está a ser requalificado e onde estas tábuas já não seriam aproveitadas..O pó que se levanta à passagem dos carros mantém-se e em alguns dos acessos às praias o estacionamento de carros em cada um dos lados da estrada, limitando a circulação a praticamente uma faixa, também..Mas, dentro de um ano, quem voltar àquelas praias - e provavelmente às restantes que constituem a oferta de zonas balneares da região - deverá encontrar um cenário muito diferente. "A Câmara Municipal de Almada está a reorganizar toda a zona, é já uma consequência da passagem de competência para as autarquias. Estão a rasgar toda a zona e a fazer um corredor de emergência que não existia. O trânsito é caótico, mas com esta intervenção deve melhorar." Esta é a esperança para o futuro transmitida por João Carreira, proprietário de dois restaurantes/bares: o Waikiki (na praia da Sereia) e o Borda d'Água (praia da Morena)..Parques a dois euros/dia.Neste momento, a intervenção está numa fase menos ativa, sem máquinas pesadas no terreno - estas só regressam "em outubro". Mas, quando acabar, João Carreira, que é também presidente da Federação Portuguesa de Concessionários de Praia, acredita que vão ficar resolvidos alguns dos problemas que os utilizadores daqueles caminhos e espaços enfrentam. "À partida o pó vai acabar, agora uma pessoa tem de lavar o carro ao fim de um ou dois dias, o que quando há tanta falta de água não é bom", explica..Nesta tentativa de ordenar o trânsito há uma opção já decidida: os parques de estacionamento junto das praias vão ser pagos. Neste momento apenas os da praia da Rainha e os de São João (zona norte da Costa) o são, sendo todos os restantes gratuitos e com o parqueamento feito de forma desordenada..Quando as obras estiverem terminadas já não será assim. Aliás, no início de alguns dos caminhos de acesso aos areais já é visível a sinalética de parque pago. "É um senão", concorda. E quanto ao preço? "O feed back que tenho é que deve ser na ordem dos dois euros por dia. Não é muito castigador", frisa João Carreira, que adianta a capacidade prevista para cada um desses espaços: "Mais ou menos 400 carros.".Sentado na esplanada de um dos seus restaurantes/bares diz estar satisfeito com esta intervenção da autarquia por considerar que vai trazer benefícios para os seus clientes que este ano verão as traves de madeira no chão nos parques de estacionamento, algumas delas colocadas junto às bermas e a tal estrada que liga à via regional que depois segue para a Costa da Caparica ou para a Charneca da Caparica alargada. "Estamos na expectativa. Terem começado nesta altura prejudicou-nos um pouco. Mas agora reduziram os trabalhos, só estão a colocar as delimitações, por isso as pessoas podem vir para a praia à vontade. As obras só regressam em outubro", diz..Ao DN fonte oficial da câmara diz que a intervenção, que começou a "ser preparada em março e teve os primeiros reflexos no terreno em meados de maio", abrangerá uma área de 80 mil metros quadrados..Chamando a atenção para a complexidade da obra - "envolve a articulação com diversas entidades como a Agência Portuguesa do Ambiente ou o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas" -, acrescenta que após os meses de verão deverá avançar a requalificação da estrada florestal. "É uma obra complexa e vai ter um grande impacto, representando não só uma enorme melhoria na qualidade e conforto dos acessos, mas essencialmente para a segurança de todos os utilizadores", garantiu..Programa para a orla costeira parado.As obras que a autarquia começou não fazem parte do Plano para a Orla Costeira aprovado e apresentado há cerca de dois anos pelo governo. Neste projeto, que tem como objetivo ordenar toda a zona costeira do país, entre as várias propostas estava a de reduzir o tamanho dos bares, em alguns casos para metade. No entanto, ainda nada avançou nesse aspeto e João Carreira espera que não avance.."Fomos contra esse plano e esperemos que agora, com a passagem para a competência das autarquias, alguma coisa seja retificada. Era impossível atender os clientes com os números de lotação que estavam previstos. Esperemos que haja bom senso para bem do conforto das pessoas e do turismo", concluiu..Praias fecham à vez para receber areia.A Costa da Caparica tem outra obra estruturante neste verão: a colocação de areia nas praias da frente urbana. Esta operação aguarda o visto do Tribunal de Contas e deverá decorrer no mês de agosto. Ao DN a Agência Portuguesa do Ambiente explicou que esta intervenção tem de decorrer nesta altura do ano pois o "período de verão é a altura, por razões técnicas e operacionais, em que as condições de agitação marítima são as mais favoráveis". Acrescentou que "com ondulação de dois metros de altura ou superior já não é possível desenvolver os trabalhos indispensáveis. Salvaguardando ainda essenciais condições de segurança, as praias que irão ser alimentadas terão de ficar temporariamente interditas durante a execução dos respetivos trabalhos, 24 horas por dia e sete dias por semana. Estima-se que essa interdição temporária seja em média de três a cinco dias". Quem quiser saber quais os períodos e as praias que estão fechadas - será uma por cada intervenção - pode consultar a aplicação da APA: Info Praia.