Fim do embargo às armas insuficiente e tardio

O fim do embargo à venda de armas aos rebeldes sírios, decidido pela União Europeia, é insuficiente e acontece "demasiado tarde", afirmou hoje um porta-voz da Coligação Nacional da oposição síria, reunida em Istambul.
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"Trata-se seguramente de um passo positivo, mas lamentamos que não seja suficiente e aconteça demasiado tarde", declarou à agência noticiosa francesa AFP Louat Safi.

"Esperemos que seja uma decisão efetiva e não apenas palavras", disse um porta-voz do comando militar superior do Exército Sírio Livre (ESL), principal formação da coligação, Kassem Saadeddine.

"Porquê esperar até agosto? Porquê esperar ainda dois meses? Para que o povo sírio seja vítima de genocídio?", questionou Saadeddine. "Precisamos de baterias antiaéreas, de mísseis anti-blindados", sublinhou.

No final de longas discussões, os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus decidiram na segunda-feira à noite, em Bruxelas, levantar o embargo da venda de armas aos rebeldes sírios.

Mas nenhum país quer enviar armas nos dois próximos meses, ou seja, antes de 01 de agosto, para não prejudicar a iniciativa de paz russo-norte-americana, que deve levar à realização de uma conferência internacional, em Genebra, no próximo mês.

"O povo sírio está dececionado. Pensava que as democracias se interessavam por aqueles que desejam a democracia", acrescentou Safi.

"Precisamos de armas para proteger os civis, o povo sírio. As armas seriam um elemento, mas queremos também que a UE adote uma posição mais séria, mais firme", disse.

A Rússia lamentou a decisão dos 27, estimando que "prejudicava diretamente" os esforços para a realização de uma conferência internacional, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Riabkov.

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