Filipinas não quer receber mais ajudas da União Europeia

O Governo filipino anunciou que deixou de aceitar ajuda ao desenvolvimento da UE por considerar que Bruxelas tenta interferir nos assuntos internos das Filipinas e "põe em risco" a autonomia do país.
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O Presidente filipino, Rodrigo Duterte, "aprovou a recomendação do Departamento das Finanças de não aceitar mais doações da UE", comunicou o porta-voz do gabinete presidencial, Ernesto Abella, numa conferência de imprensa em Manila.

Esta decisão representa uma perda de 250 milhões de euros nos próximos projetos de ajuda de desenvolvimento, destinada sobretudo à melhoria das condições de vida das regiões mais empobrecidas do sul do arquipélago.

"Estas doações pertencem a projetos que têm o potencial de afetar a autonomia do país", argumentou o porta-voz presidencial, que acusou a UE de tentar "interferir na política interna das Filipinas".

Em meados de março, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução para condenar e pedir o fim da "guerra contra as drogas" liderada por Duterte e que causou mais de 7.000 mortos -- de acordo com estimativas das organizações não-governamentais -- desde que o chefe de Estado filipino tomou posse, no final de junho de 2016.

Desde então, Duterte ameaçou, em várias ocasiões, rejeitar a ajuda por considerar que Bruxelas exerce pressões para determinar as políticas internas do país.

Ao mesmo tempo, o Presidente filipino assegurou milhares de milhões de euros em doações da China, o novo aliado com quem tem vindo a estreitar laços à medida que se afasta dos Estados Unidos e da UE.

O porta-voz presidencial também assegurou hoje que as Filipinas "estão a crescer e melhorar" a um ritmo sólido, pelo que podem permitir-se abandonar a "atitude de mendicidade" e enfrentar os desafios económicos de forma autónoma.

Esta manhã foram publicados dados sobre o crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] filipino entre janeiro e março, que foi de 6,4%, o que representa um recuo ao ser o menor desde o terceiro trimestre de 2015.

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