Filipe Palmeiro: " Quando um amigo está naquela situação um aperto de mão ajuda bastante"

Navegador do chileno Boris Garafulic é um dos seis portugueses que iniciaram o Dakar2018, em segundo plano. Palmeiro falou ao DN desde a América do Sul, depois de correr mundo numa fotografia, que mostra o momento em que ajudou Nani Roma, após o acidente do campeão do Dakar (2004 e 2014).
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Correu Mundo numa fotografia do Dakar, onde aparece a dar assistência a Nani Roma, após o acidente. Viu a foto? Como foi esse momento?

Não é fácil explicar a foto. Todos nós sabemos o risco que corremos, mas quando um amigo está naquela situação um aperto de mão ajuda bastante! Este Dakar não está a ser fácil e já ouve vários acidentes. No início estive também com o Pedro Velosa que também teve que ser evacuado de helicóptero para o hospital!

Como é que um português acaba a ser navegador de um chileno (Boris Garafulic) no Dakar2018?

Por indicação da equipa, são eles que decidem com quem devo correr.

O que faz um navegador e como se navega no Dakar?

Um navegador tem que preparar o melhor possível todas as etapas o quanto antes e com a pouca informação que a organização nos dá. O dia-a-dia da corrida, que normalmente será de 6 a 8 horas de trabalho na preparação do road Book. Grande parte da navegação é através de rumos e distâncias que nos levará a um ponto, que confirma que estamos corretos por isso temos que cumprir as indicações do road book porque só a 800m do ponto confirmamos que estamos no local correto.

O trabalho do navegador já é valorizado ou ainda é visto como secundário?

Penso que no Dakar sempre foi mais valorizado que noutro tipo de provas porque aqui o navegador pode marcar toda a diferença.

No caso do Filipe já ajudou muitos pilotos a conseguir a melhor classificação de sempre

Sim já aconteceu com alguns!

Como está a correr este Dakar? E que ambições tem a equipa?

Até agora tem sido muito difícil, as dunas do Peru pregaram algumas partidas e houve muitos acidentes. As ambições da equipa seriam tentar lutar pela vitória, mas este ano vai ser difícil! Chegar ao fim é sempre uma vitória chegar ao fim.

Qual foi a história mais caricata que viveu no Dakar?

Já são algumas, mas provavelmente uma das mais caricatas foi em 2011, com argentino Orlando Terranova, quando capotamos na 7 etapa e eu fiquei junto ao carro. Como a assistência não apareceu decidi pôr-me a caminho pelo meio do sal, do deserto do Atacama, sozinho e já de noite só se ouvia o estalar do sal com a diferença de temperatura, o que tornou a coisa bastante assustadora! Consegui chegar a uma estrada e apanhar uma boleia num camião que transportava sal depois com um camião do Dakar e passadas 17 horas lá consegui chegar ao acampamento!

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