Filipe Albuquerque dedica vitória em Le Mans ao pai: "É uma estrelinha o olhar por mim"
O piloto Filipe Albuquerque regressou esta segunda-feira a Portugal depois da vitória nas 24 Horas de Le Mans, em França, na categoria LMP2 da qual poderá ser campeão do mundo Taça do Mundo de Resistência participar na última prova, no Bahrain. E foi de forma emocionada que dedicou o triunfo ao pai, que morreu em julho. "Esta vitória é, em grande parte, da minha família, dos meus agentes, dos meus amigos, de Portugal, mas esta parte de cima da taça, é dele [o pai] que está lá em cima, uma estrelinha a olhar por mim", disse, em lágrimas o piloto de Coimbra, de 35 anos.
Filipe Albuquerque faz equipa com os britânicos Phil Hanson e Paul di Resta naquela que é a segunda categoria mais importante das provas de resistência e não esconde o orgulho por participar na emblemática prova francesa. "Estar presente em Le Mans é espetacular, ganhar é um sonho porque estamos a falar da maior prova a nivel mundial, onde todos os construtores e os pilotos querem estar", disse.
O piloto português considera que as 24 Horas de Le Mans são "uma prova, por vezes, ingrata e muito difícil", afinal há variáveis difíceis de controlar. "Não basta ter os colegas e a equipa a trabalhar na perfeição, ter o andamento necessário para ganhar a corrida - durante a qual é preciso ter consistência -, mas é preciso também ter a estrelinha da sorte para estarmos imunes aos problemas que vão acontecendo durante a prova", explicou.
"Fiquei super orgulhoso por trazer esta taça para Portugal porque, apesar de estarmos na frente em alguns desportos motorizados, faltavam as grandes 24 Horas de Le Mans a Portugal", finalizou.
"Ganhar é viciante. É bom, dá mais confiança. O objetivo é sempre ganhar a próxima corrida. Quero ganhar o campeonato da Europa, quero concretizar o campeonato do Mundo, estou muito próximo, mas falta o próximo. Já sou muito experiente, já tive a minha dose de derrotas, sei que vou perder muitas corridas pela frente, como é claro, mas vou passo a passo", frisou, em conferência de imprensa realizada no auditório do aeroporto de Lisboa.
"As coisas têm-nos corrido bastante bem nas últimas corridas, esta é a minha quarta vitória no campeonato do Mundo seguida, foi o novo recorde, mas eu só acredito após cruzar a meta. Às vezes, parece que está tudo controlado, mas não está. Esta oportunidade veio uma vez, é raro ter essa oportunidade e conseguir agarrá-la com a vitória", sublinhou o português, que bateu a equipa Jota do outro português em prova, António Félix da Costa.
"Temos andado desencontrados, por causa da nossa diferença de idade. A primeira vez que partilhámos um pódio ele ganhou e eu fiquei em segundo, já saberíamos que íamos ter este momento daqui para a frente e foi espetacular. Já lhe disse que ele já foi campeão do mundo este ano, tinha de deixar alguma coisa para mim", brincou.