Filhas dos lordes querem igualdade de sexos na Câmara

Cinco filhas de lordes britânicos exigem poder herdar o lugar dos pais na câmara alta do Parlamento do Reino Unido. E para isso recorreram já ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos de Estrasburgo
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Henrietta Byng é a mais velha das três filhas do lorde Timothy Howard St George, 11.º Visconde de Torrignton, mas quando este morrer ela não poderá herdar o lugar do pai na Câmara dos Lordes no Parlamento do Reino Unido.

Em vez dela ou das duas irmãs, quem herdará o assento na câmara alta do Parlamento será um primo que vive atualmente no Canadá e que elas praticamente nunca viram na vida. E porquê? Porque é homem.

Por não concordar com isso, ela e mais quatro filhas de lordes britânicos exigem que a lei seja alterada, tendo criado o grupo Daughter's Rights em defesa da abolição de uma regra antiga que diz que só um homem pode herdar o lugar do pai na Câmara dos Lordes.

As Daughter's Rights são, além de Henrietta Byng, Willa Franks, Eliza Dundas, Sarah Long et Tanya Field.

Para estas cinco filhas de lordes britânicos a regra é arcaica e levou-as já também a apresentar queixa junto do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, do Conselho da Europa, em Estrasburgo, por discriminação sexual.

A Câmara dos Lordes, que hoje em dia tem 760 membros, designados de várias formas, conta com 92 lordes hereditários. As regras relativas à sucessão destes 92 são as que dizem que o lorde, quando morre, tem que ser sucedido por um filho homem.

Mesmo se o filho for mais novo do que a irmã, será ele a herdar o lugar e, como no caso de Henrietta Byng e as irmãs, se não houver nenhum descendente masculino próximo tem que se ir à procura de um parente afastado que seja homem.

"É triste que quando o meu pai, que tem 75 anos, morrer o seu título vá para um primo que vive no Canadá. É muito estranho que nos dias de hoje e na era em que estamos, tendo uma monarca mulher [Rainha Isabel II], a Câmara dos Lordes faça lembrar a Idade Média", declarou Henrietta Byng num texto publicado a 20 de julho no jornal Daily Mail.

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