Filha de Reagan diz que pai ficaria "horrorizado" com América de Trump

O antigo presidente americano Ronald Reagan ficaria "horrorizado" e de "coração partido" com a situação atual dos Estados Unidos, sob comando do presidente Donald Trump, disse a filha do ex-chefe de Estado em entrevista.
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Patti Davis​​​​​​​, filha do ex-presidente norte-americano Ronald Reagan, criticou duramente o Partido Republicano e a presidência de Donald Trump, afirmando que o presidente está a pôr em risco a democracia americana e a "agredir" a Constituição.

"O que acha que Reagan pensaria sobre este momento?", perguntou Zainab Salbi, apresentador do Through Her Eyes, do Yahoo News. "Acho que ele ficaria horrorizado", respondeu Davis. E acrescentou: "Acho que ele ficaria de coração partido porque amava muito este país e acreditava nele. Ele acreditava na bondade das pessoas."

Patti Davis atirou-se ainda ao seu partido. "O Partido Republicano agora - particularmente os republicanos neste governo - está apenas sentado à margem e deixa a administração Trump destruir este país. Quero dizer que eles não dizem nada, eles não resistem", disse.

Salvi ainda a questionou se estava a sugerir que Trump está "a pôr em risco a nossa democracia". A resposta foi clara: "Claro que estou."

Davis também questionou o slogan de Trump, "Make America great again" [Tornar a America Grande outra vez], uma frase que foi inventada pela primeira vez pelo seu pai. "Acho que ele a assumiu com um significado completamente diferente, porque parece significar agora 'vamos tornar a América branca novamente e racista e de mente pequena'", afirmou.

Esta não é a primeira vez que a filha de Ronald Reagan critica o atual presidente americano. Em junho de 2018, afirmou num artigo no The Washington Post que o seu pai não teria apoiado o presidente e escreveu que ele se teria preocupado com a retórica descontraída de Trump sobre política externa, os seus constantes ataques aos media e a sua abordagem radical à imigração.

E em 2016, Davis lembrou a tentativa de assassínio do seu pai em 1981 como prova de que a sugestão de Trump que o "pessoal da Segunda Emenda" poderia fazer algo para impedir Hillary Clinton de nomear juízes simpatizantes de leis mais severas tem consequências no mundo real.

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