Fiat Chrysler e PSA Peugeot fundem-se. Carlos Tavares é o novo CEO
A Fiat Chrysler Automobiles e a PSA Peugeot referem que os seus conselhos de administração assinaram um acordo vinculativo, no valor de 50 mil milhões de dólares, para fundir os dois fabricantes de automóveis, com participações de 50 por cento de cada uma das companhias.
Numa declaração conjunta, as empresas informaram os mercados que o novo grupo será liderado pelo CEO da PSA, Carlos Tavares, cabendo o cargo de chairman ao presidente da Fiat Chrysler, John Elkann, trineto de Giovanni Agnelli, o industrial que fundou a Fiat em 1899.
"A fusão é uma grande oportunidade de assumir uma posição mais forte na indústria automobilística,uma vez que o nosso objetivo é dominar a transição para um mundo de mobilidade limpa, segura e sustentável e fornecer aos nossos clientes produtos, tecnologia e serviços de classe mundial", disse o português Carlos Tavares, citado pelo Guardian.
As empresas consideram que fusão vai posicionar a nova empresa para "aproveitar com sucesso as oportunidades apresentadas na nova era da mobilidade sustentável".
A 31 de outubro, os dois grupos anunciaram ter chegado a um acordo para a fusão. Na altura, as duas sociedades anunciaram que a fusão seria feita sem o "encerramento das fábricas" e que que as sinergias anuais estão estimadas em 3,7 mil milhões de euros.
Os três maiores fabricantes de automóveis são o Volkswagen Group, Renault-Nissan e a Toyota, de acordo com dados de 2018.
Este acordo é a segunda tentativa da Fiat Chrysler de fazer uma fusão, recorda a BBC. Inicialmente, a empresa propôs uma fusão com a rival francesa Renault por 29 mil milhões de dólares, mas desistiu do acordo em junho após a intervenção do governo francês, que detém 15% da Renault. O acordo teria criado a terceiro maior fabricante de automóveis do mundo.
A fusão da Fiat Chrysler e PSA Peugeot deverá estar concluída nos próximos 12 a 15 meses.
Antes da conclusão do acordo o grupo chinês Dongfeng Motor irá reduzir a sua participação de 12,2% no fabricante francês, vendendo 30,7 milhões de ações à PSA. O acordo levantou preocupações na Vauxhall, que emprega 3.000 pessoas no Reino Unido, uma vez que poderá estar em vista uma reestruturação. No entanto, as duas empresas dizem que ainda não decidiram quais serão as instalações de produção de carros que a nova empresa irá usar.
"As negociações de fusão combinadas à incerteza do Brexit são profundamente perturbadoras para a força de trabalho da Vauxhall no Reino Unido, uma das mais eficientes da Europa", disse Des Quinn, oficial nacional da Unite, em outubro. "O fato permanece, fusão ou não, se a PSA quiser usar uma grande marca britânica como a Vauxhall para vender carros e carrinhas no Reino Unido, então terá de os fabricar aqui, no Reino Unido".
Esta quarta-feira, e após o anúncio do acordo, o Guardian avança que as duas empresas-mãe, PSA Group e Fiat Chrysler Automobiles, confirmaram que não haverá encerramento da fábrica no Reino Unido.