Ferro deslocaliza e despede 125
"A Ferro Corporation, a casa mãe da subsidiária nacional instalada em Castanheira do Ribatejo, decidiu [desde 2006] reestruturar e reduzir os custos da produção de vidrados para o grupo na Europa, tendo optado por concentrar o seu fabrico na unidade de Almazona, em Espanha, o que levou ao despedimento de 125 trabalhadores", disse à agência Lusa o gerente da Ferro - Indústrias de Portugal.
António Patrocínio explicou que a decisão da Ferro Corporation - com sede nos Estados Unidos - de concentração das subsidiárias na Europa que produziam vidrados para indústria cerâmica tem a ver com "um plano faseado em vários anos".
"A Ferro Corporation veio progressivamente a fechar as unidades fabricantes de produtos de alto valor da Holanda, da França, da Itália e de Castanheira do Ribatejo, em Portugal", disse o gestor.
Neste sentido, a Ferro - Indústria Químicas de Portugal vai descontinuar a produção dos 60% que exporta para o grupo a nível europeu, passando esta a ser fabricada em Almazona, como aliás aconteceu com os outros países, uma vez que "há economias de escala".
Quanto aos 40% [de vidrados para a indústria cerâmica] que a empresa produz para o mercado português, vão continuar a ser fabricados no país numa pequena unidade fabril em Aveiro, transferindo-se, assim, a sua produção da empresa de Castanheira do Ribatejo.
"A empresa vai continuar a produzir óxido de zinco em Castanheira do Ribatejo, Portugal, por ser a única unidade fabril do grupo e apresentar uma forte competitividade", disse à Lusa António Patrocínio.
O processo de despedimento colectivo dos 125 trabalhadores já foi acertado com as estruturas sindicais, tendo as negociações sido concluídas na passada terça feira, 12 de Fevereiro, segundo o gestor.
Cada trabalhador terá direito a uma indemnização correspondente ao valor do vencimento de base, a que acresce o subsídio de turno, isenção de horário, multiplicado por 1,35, vezes os anos de antiguidade, precisou.
Os trabalhadores da empresa Ferro - Indústria Químicas de Portugal ascendem actualmente a 189.
O processo de despedimento colectivo, de reestruturação e concentração, deverá estar definitivamente concluído em setembro deste ano.
A unidade de produção de óxido de zinco, em Castanheira do Ribatejo, empregará 42 trabalhadores e a fábrica de Aveiro de vidrados para a indústria cerâmica no mercado português irá contar com 36 colaboradores.