Ferreira do Amaral defende a sua ida para a Lusoponte

O antigo ministro das Obras Públicas Ferreira do Amaral defendeu hoje que "não é justo falar de incompatibilidades" sobre a sua ida para a Lusoponte, tendo em conta que aceitou o convite 12 anos depois de ter saído do Governo.
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"Julgo que não é justo falar de incompatibilidade quando estamos a falar de um intervalo de 12 anos", afirmou o antigo governante, na comissão parlamentar de inquérito às Parcerias Público-Privadas (PPP), quando o PS considerou que era um exemplo de pessoas que "estiveram dos dois lados da barricada".

O deputado do PS Rui Paulo Figueiredo lançou a questão, no final da audição, realçando que "não ficaria bem se não lhe dissesse algo que disse dezenas de vezes na comissão de inquérito, porque o senhor engenheiro é um bom exemplo disso, de que devia haver um reforço, a nível legislativo, das incompatibilidades da passagem do [setor] público para o privado".

Ferreira do Amaral, que quando esteve no Governo de Cavaco Silva negociou com a Lusoponte o acordo relativo à concessão da Ponte da Vasco da Gama, disse que aceitou o convite "com à-vontade", até porque tinham passado 12 anos.

"Julgo que fui um dos poucos deputados que, quando saiu do Governo, pôs à comissão de ética o problema de aceitar o lugar para que fui convidado", acrescentou.

O antigo governante adiantou que, nesse intervalo, os sócios e os administradores da Lusoponte mudaram, considerando que não faz sentido "causar esse tipo de dificuldades" aos ex-membros de cargos governamentais.

"Quanto tempo se devia esperar: 20, 25 anos? Penso que se trataria de um caso em que era negado o direito ao trabalho", concluiu.

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