Como se prova, para além do piedoso determinismo de muitas ficções televisivas, há outras maneiras, intelectualmente mais criativas e estimulantes, de pensar a história de Portugal. João Botelho continua a fazê-lo através de uma laboriosa e obsessiva relação com o nosso património literário.
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Depois de Os Maias (2015), segundo Eça de Queirós, propõe-nos um inesperado espetáculo musical ancorado na Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto. E musical porque a narrativa fragmentária das proezas do herói no século XVI surge pontuada pelas canções de Por Este Rio Acima (1982), de Fausto, agora recriadas por Luís Bragança Gil e Daniel Bernardes.
O resultado é um fresco histórico em que contemplamos o misto de grandiosidade e irrisão de que somos feitos - realismo contemporâneo, enfim.
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Classificação:**** muito bom