Portugal vence e convence frente à Itália

Um golo de André Silva foi escasso para tanto domínio e oportunidades. Valeu, neste jogo de estreia na Liga das Nações, o triunfo e a exibição, sem Ronaldo, diante de uma seleção italiana vulgar como nunca se viu.
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Portugal venceu nesta segunda-feira a Itália pela sexta vez na sua história - há 61 anos que não acontecia -, naquele que foi o jogo de estreia da seleção nacional na Liga das Nações. Um golo de André Silva serviu para selar, na Luz, o triunfo frente a uma Itália que tem muito que caminhar para voltar a ser uma equipa temível.

A seleção de Fernando Santos, sem Ronaldo, teve muitas oportunidades, uma bola no ferro, outra salva em cima da linha de golo e podia e devia ter terminado o encontro com uma vantagem maior. Nunca Portugal foi tão superior frente à Itália como sucedeu neste jogo da Luz.

A primeira parte foi de enorme qualidade por parte da seleção nacional com Bruma a empolgar, mas a definir mal, William e Rúben Neves a comandarem o meio-campo e Bernardo Silva e Pizzi a tomarem as melhores opções devidamente secundados pelos laterais João Cancelo e Mário Rui.

Após um aviso da Itália logo no primeiro minuto, Portugal tomou conta das operações criando muito jogo perante uma Itália frágil e sem grande qualidade. André Silva, Bernardo, com um remate salvo em cima da linha, Cristante, com um desvio para a barra da sua baliza, William e, finalmente, Pizzi, derrubado ostensivamente dentro da área com o árbitro a não considerar penalidade. Muitas oportunidades para zero golos, um verdadeiro hino ao desperdício. Roberto Mancini deve ter-se sentido satisfeito com o empate ao intervalo apesar de João Cancelo e Rúben Dias terem feito desarmes cruciais em dois lances dentro da área que podiam ter ditado um desfecho amargo para Portugal.

O segundo tempo começou com o golo de Portugal; um duelo ganho por William, bola a sobrar para Bruma que galgou terreno pela esquerda para depois centrar para André Silva fazer o único golo do encontro para desespero do seu antigo colega, Donnarumma, o sucessor de Buffon na baliza da seleção italiana.


Esperava-se uma reação italiana, contudo, não foi isso que aconteceu. Portugal continuou a mostrar que, mesmo sem o seu melhor futebolista que é a grande atração do campeonato italiano, é bastante superior, se calhar como nunca o foi, à Itália que demonstrou a razão de ter falhado o Mundial 2018.

Este domínio manteve-se até aos 70 minutos, sensivelmente, altura em que a seleção nacional começou a dar mostras de algum desgaste. Fernando Santos percebeu isso e lançou Renato Sanches, primeiro, e Gelson, retirando Pizzi e Bruma, que empolgou as bancadas com os seus esticões mas o jogador do Leipzig precisa de definir melhor os lances.

A dez minutos do final Mancini colocou ao lado de Zaza o avançado Belotti, que entrou para o lugar do médio Cristante (ex-Benfica), e ficou a jogar com dois avançados, mas na hora do desespero a Itália, a frágil e vulgar Itália, o melhor que conseguiu foi um cabeceamento de Zaza que, valha a verdade, deu a sensação de golo.

Em resumo belo jogo de Portugal sem Cristiano Ronaldo, o que é um bom problema para Fernando Santos, visto que ninguém merece sair e um triunfo que coloca a seleção nacional no topo da classificação do seu grupo, do qual faz ainda parte a Polónia, que empatou em solo italiano na primeira jornada. Consulte a classificação aqui.

FIGURA

JOÃO CANCELO

Que grande exibição do lateral da Juventus, por certo entusiasmado por defrontar a seleção do país onde joga todas as semanas. Esteve impecável a defender, tendo-se destacado com um corte impressionante ainda na primeira parte quando Zaza ia dar o toque final, aos 37 minutos, numa altura em que o jogo ainda estava empatado. Foi um dos dinamizadores do ataque, combinando muito bem com Bernardo Silva. Uma exibição deveras completa, principalmente num encontro em que houve vários jogadores a um nível alto - Mário Rui, Wiliiam, Bruma, Pizzi, Bernardo ou André Silva...

FICHA DE JOGO

Jogo no Estádio da Luz, em Lisboa

Portugal - Itália, 1-0

Marcador:
1-0, André Silva, 48 minutos

PORTUGAL: Rui Patrício, João Cancelo, Pepe, Rúben Dias, Mário Rui, Rúben Neves, William Carvalho (Sérgio Oliveira, 86), Pizzi (Renato Sanches, 74), Bruma (Gelson Martins, 77), Bernardo Silva e André Silva
Selecionador: Fernando Santos

ITÁLIA: Donnarumma, Manuel Lazzari, Mattia Caldara, Alessio Romagnoli, Domenico Criscito (Palmieri, 74), Giacomo Bonaventura, Jorginho, Bryan Cristante (Belotti, 79), Federico Chiesa, Simone Zaza e Ciro Immobile (Berardi, 59)
Selecionador: Roberto Mancini

Árbitro: William Collum (Escócia)

Disciplina: cartão amarelo para Domenico Criscito (42), Rúben Neves (42), Federico Chiesa (59), Berardi (70) e Pepe (90+4)

Assistência: 52 635 espetadores

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