Fernando Gomes vai recandidatar-se. Grandes apoiam e elogiam

Presidente do organismo que rege o futebol português está no cargo desde dezembro de 2011.
Publicado a
Atualizado a

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, vai recandidatar-se à liderança do organismo em 2020, para o mandato até 2024, anunciou esta sexta-feira o líder federativo, através de uma declaração enviada à agência Lusa.

"Decidi recandidatar-me à presidência da FPF para o quadriénio 2020-2024. Faço-o após uma reflexão que decorreu nos últimos meses, porque entendi que devo prosseguir o processo de transformação a que a instituição se sujeitou nos anos mais recentes", anunciou o presidente do organismo de cúpula do futebol português.

Fernando Gomes, de 67 anos, cumpre o segundo mandato, depois de ter concorrido sem oposição às eleições de 4 de maio de 2016, alcançando 92% dos votos, e de ter sido eleito pela primeira vez em 10 de dezembro de 2011, ao derrotar Carlos Marta por 10 votos (46 contra 36), sucedendo a Gilberto Madail na presidência da FPF.

"Com o mesmo sentido de missão do primeiro dia, apresentarei as linhas orientadoras para essa candidatura durante o primeiro trimestre do ano", revelou Fernando Gomes.

Antes de assumir a presidência da FPF, Fernando Gomes liderou a Liga de Clubes de Basquetebol, foi dirigente do FC Porto, entre 1994 e 2010, e presidiu à Liga Portuguesa de Futebol Profissional, entre 2010 e 2011.

Grandes apoiam

Os presidentes de Benfica, FC Porto e Sporting assumiram hoje o apoio à recandidatura de Fernando Gomes à presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, enalteceu "notável trabalho realizado por Fernando Gomes e a sua equipa à frente da FPF", considerando que é algo que "merece um justo e unânime reconhecimento".

A mensagem de Luís Filipe Vieira, intitulada de "mérito e reconhecimento", manifesta, "de forma inequívoca, o apelo e apoio público à sua recandidatura para um terceiro mandato", justificando-o com "o rigor e a profissionalização da sua estrutura, a isenção que tem pautado a sua relação com os clubes, os extraordinários e inéditos resultados desportivos obtidos pelas diferentes seleções".

"Desde os mais consagrados títulos de campeões europeus e vencedores da Liga das Nações, passando pelas conquistas e troféus conquistados nos escalões mais jovens, futsal ou futebol de praia, pela expansão do futebol feminino", destacou o líder encarnado, lembrando ainda a construção da Cidade do Futebol, em Oeiras, a promoção da modalidade e a criação do canal televisivo 11.

Além destes motivos, Vieira aponta ainda a "importância crescente e presença de dirigentes e quadros da FPF nos órgãos de topo dos principais organismos internacionais do futebol mundial e europeu".

Também numa mensagem a que a Lusa teve acesso, o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, elogiou o líder federativo, salientando que "tem uma carreira longa e de sucesso no mundo desportivo, tendo-se destacado em todos os cargos que ocupou pela competência e pela obtenção de resultados".

"O reconhecimento internacional do seu trabalho é a prova de que tem todas as condições para continuar a liderar a FPF", corroborou Pinto da Costa, na sua mensagem. O líder dos dragões justificou o apoio no reconhecimento das qualidades necessárias a um dirigente desportivo: "Estuda bem os assuntos sobre os quais tem de tomar de decisões, é capaz de conceber e implementar projetos inovadores e consegue normalmente alcançar os objetivos a que se propõe".

"Durante os mandatos do Dr. Fernando Gomes, a FPF tornou-se uma instituição mais prestigiada a vários níveis. O sucesso desportivo das seleções nacionais, a gestão equilibrada e o desenvolvimento do património da FPF têm a marca indelével de um dirigente habituado ao sucesso há muitos anos", reforçou o presidente azul e branco.

Pinto da Costa defende ainda a continuidade da modernização do futebol português, reconhecendo que "o trabalho está longe de estar concluído": "Conheço-o bem e sei que nunca deixa o trabalho a meio e, por isso, estou a seu lado e apoio a recandidatura a um novo mandato. A FPF é a locomotiva do futebol, português, que necessita da experiência e saber do dr. Fernando Gomes, que apoio na sua decisão de recandidatura".

"Como atleta e como dirigente, fosse em que modalidade fosse, o dr. Fernando Gomes afirmou-se muitas vezes como um campeão. É de campeões que o futebol português precisa para ser cada melhor e mais credível", concluiu Pinto da Costa.

"Por todo o trabalho que tem sido realizado de forma transversal e em diversas áreas, o Sporting vê com enorme otimismo e entusiasmo a recandidatura do dr. Fernando Gomes para presidente da FPF, em quem deposita enorme esperança no contínuo melhoramento do futebol nacional, e na sua intransigente defesa junto de todas as instâncias nacionais e internacionais", escreveu, por seu lado, o presidente do Sporting, Frederico Varandas.

O líder leonino salientou que o clube "reconhece, valoriza e apoia quem lidera com competência e rigor", recordando que, "nos últimos anos, sob a liderança do Dr. Fernando Gomes, a FPF escreveu uma das páginas de maior glória do futebol nacional, com as conquista do Campeonato da Europa em 2016 e da Liga das Nações em 2019 entre muitas outras vitórias".

Títulos consolidaram presidência

Desde que assumiu as atuais funções, depois de um período de dirigismo em que presidiu também a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), em 2010 e 2011, e a extinta Liga de Clubes de Basquetebol, em 1995, o antigo basquetebolista e licenciado em economia liderou um período de transformação.

Os títulos, com o Euro2016 e a Liga das Nações de futebol à cabeça, foram-se acumulando nas várias vertentes, como o Europeu de futsal, dois títulos mundiais de futebol de praia, assim como um crescimento do futebol feminino, com a tutela da Liga e o primeiro apuramento da seleção para um Europeu.

Em 2019, Portugal voltou a receber um grande evento desportivo, com a 'final four' da Liga das Nações, edição inaugural da nova competição europeia que Portugal venceu, no Porto, longe do novo complexo da FPF, a Cidade do Futebol, em Oeiras, distrito de Lisboa, construída durante o seu mandato e inaugurada em 2016.

Os campeonatos estenderam-se também às camadas jovens, com uma vitória no Europeu de sub-19 em 2018, com a mesma equipa que, em 2016, se tinha sagrado campeã europeia no escalão de sub-17.

No futebol de praia, ao título em Espinho, em 2015, sucedeu-se novo cetro mundial, ainda este ano, no Paraguai, num ano em que foram também campeões da Europa, tendo vencido ainda os Jogos Europeus.

Estas vitórias juntam-se ao Europeu de futsal de 2018, num período de governação do 31.º presidente da FPF, após 15 anos de liderança de Gilberto Madaíl, que acabou por 'unificar' o domínio, pelo menos europeu, sobre as três vertentes de futebol sénior.

O projeto da Cidade de Futebol, a casa das seleções, o lançamento do Canal 11' e a Portugal Football School, um projeto de capacitação e formação, são outras das bandeiras de uma gestão de oito anos, que espera prolongar.

Em novembro deste ano, a atual direção da FPF sofreu um revés, com o pedido de suspensão do mandato pelo então vice-presidente Hermínio Loureiro, antigo presidente da LPFP e antigo secretário de Estado do Desporto, na sequência da acusação de corrupção pelo Ministério Público, no âmbito da operação 'Ajuste Secreto'.

A título pessoal, foi eleito em 2015, e, posteriormente, reeleito, para o Comité Executivo da UEFA, foi reeleito em 2016 na FPF e chegou em 2017 à vice-presidência do organismo de cúpula do futebol europeu, entrando também para o Conselho da FIFA.

Confesso amante do basquetebol, depois de uma carreira como base coroada com um campeonato nacional, pelo FC Porto, Fernando Gomes esteve sobretudo ligado aos dragões. Antes de enveredar pelo dirigismo desportivo, licenciou-se na Faculdade de Economia da Universidade do Porto em 1976, onde foi assistente, seguindo-se cargos no Grupo Amorim e na SIAG.

Uma década depois, e quando já tinha concluído a carreira desportiva, Fernando Gomes tornou-se diretor do FC Porto, com a responsabilidade pelo departamento de basquetebol.

Em 1994, assumiu o cargo de vice-presidente do clube para a área do marketing e, com a profissionalização do emblema azul e branco e o advento das SAD, foi aparecendo em diversos cargos ligados à estrutura de futebol do Dragão, assumindo um lugar na administração com o pelouro financeiro.

A par do percurso no clube portuense, o sucessor de Hermínio Loureiro na LPFP, eleição em que contou com 39 votos a favor e duas abstenções, foi um dos elementos dos Comités de Competições da UEFA e FIFA e ainda membro dos Comités de Gestão do Fórum Europeu de Clubes e da Associação Europeia de Clubes.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt