Feministas entram em confronto com mulheres polícias em marcha pelo aborto

O centro da Cidade do México assistiu a uma autêntica batalha entre grupos feministas e mais de 600 polícias, com a legalização do aborto em todo o país a motivar a marcha.
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Centenas de feministas saíram às ruas esta segunda-feira para exigir o aborto legal em todo o México, mas a sua marcha foi bloqueada por mais de 600 polícias, em maioria mulheres munidas de escudos protetores, o que levou a confrontos violentos.

As manifestantes, a maioria vestida de preto e com o rosto tapado, reuniram-se perto do centro histórico da Cidade do México para marcharem em direção ao Zócalo (praça central), mas a sua passagem foi impedida por uma forte força policial, composta maioritariamente por mulheres equipadas com escudos.

"Temos algumas feridas, com ferimentos ligeiros" entre as polícias, informou Arturo Medina, subsecretário de governo da Cidade do México.

As manifestantes exigem que o aborto seja descriminalizado em todo o país, já que agora só é permitido até 12 semanas na Cidade do México, desde 2007, e em Oaxaca, desde 2019.

"Queremos chegar à Zócalo, estamos aqui para o aborto legal, seguro e gratuito para todas as mulheres!", gritou uma manifestante.

Nesta terça-feira o Dia Global de Ação pelo Acesso ao Aborto Legal e Seguro é comemorado com mobilizações em diversos países.

Os confrontos com a polícia começaram logo no início da marcha, quando as manifestantes pintaram e vandalizaram mobiliário público e monumentos que estão no caminho para o centro da capital, confirmou a AFP.

A polícia respondeu com gás pimenta na direção às manifestantes. Algumas ficaram caídas no chão até recuperarem.

Numa altura em que há recrudescimento da violência contra as mulheres e repetidos desaparecimentos, feminicídios e violações, a maioria deles impunes, alguns grupos feministas endureceram as ações de protesto.

De acordo com dados oficiais, a onda de feminicídio no México leva a 10 assassinatos de mulheres por dia, muitas das quais permanecem impunes.

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