Golden Boy. Dez portugueses na luta mas há um favorito difícil de bater
Há 10 jogadores portugueses na lista de 100 nomeados para o prémio Golden Boy 2022, um troféu que distingue todos os anos o melhor jogador sub-21 a atuar na Europa e que é entregue pelo jornal italiano Tuttosport. O nome do vencedor que vai suceder a Pedri (Barcelona) só será conhecido em novembro, depois de um mês antes a lista ser reduzida a 20 nomes. Até hoje, apenas dois portugueses venceram este prémio: Renato Sanches (2016) e João Félix (2019).
Os portugueses nomeados são Rodrigo Ribeiro (Sporting), Tiago Tomás (Estugarda), Nuno Mendes (PSG), Joelson Fernandes (Basileia), Henrique Araújo (Benfica), Fábio Silva (Wolverhampton), Fábio Carvalho (Fulham/Liverpool), Diego Moreira (Benfica), Francisco Conceição (FC Porto) e Paulo Bernardo (Benfica). Nota ainda para a presença de dois futebolistas estrangeiros que atuam em Portugal: Cher Ndour (Benfica) e Yan Couto (Sp. Braga).
De entre todos os nomeados, Nuno Mendes, 19 anos, parece à partida aquele que mais possibilidades terá de vencer o troféu, dado que, e tendo em conta só a época que terminou, conseguiu impor-se no plantel do Paris-Saint Germain (sagrou-se campeão francês) e na seleção nacional A. Mas as votações só fecham em outubro e até lá muita coisa pode acontecer. O defesa ex-Sporting realizou um total de 40 jogos pela equipa parisiense na época que findou e vestiu a camisola das quinas seis vezes.
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Destaque ainda para a presença de Fábio Carvalho, internacional sub-21 português que realizou uma época de sonho no Fulham, clube treinado por Marco Silva que subiu à Premier League, e que lhe valeu uma transferência para o Liverpool. De resto, nos nomeados há cinco jogadores portugueses que atuam em clubes estrangeiros.
Entre os nomeados estão três miúdos que venceram recentemente a Youth League pelo Benfica - Henrique Araújo (20 anos), Diego Moreira (17) e Cher Ndour (17) -, que poucos ou nenhuns minutos têm na equipa principal do clube da Luz - o primeiro contabiliza 135 minutos em cinco jogos; o segundo apenas 22 minutos num jogo e o terceiro não tem qualquer presença. O mesmo sucede-se com Rodrigo Ribeiro, do Sporting, que tem um total de 40 minutos na I Liga. Bem mais rodado é Francisco Conceição, do FC Porto, filho do treinador Sérgio Conceição, que participou em 33 jogos da equipa principal, inclusivamente em três da Liga dos Campeões.
Salvo alguma exceção de última hora, o grande favorito a vencer o troféu deste ano é Eduardo Camavinga, 19 anos, jogador do Real Madrid nascido em Angola mas com nacionalidade francesa, que se estreou pelos merengues na temporada que findou, e que terminou a época como campeão espanhol e vencedor da Liga dos Campeões, tendo atuado num total de 40 jogos. Nenhum outro jogador desta lista de 100 nomes tem um currículo tão rico, pelo que será muito difícil alguém o conseguir suplantar.
Camavinga tem uma história de vida marcada pela dura infância. Os pais, Sofia e Celestino, fugiram da guerra na República Democrática do Congo e encontraram ajuda num campo de refugiados em Miconje, no norte de Angola. Foi lá que nasceu (10-11-2002) e viveu até os pais conseguirem ir para Lille (França), onde Eduardo se fez jogador.
O troféu Golden Boy é entregue desde 2003. O vencedor da primeira edição foi o médio neerlandês Rafael van der Vaart, que na altura representava o AJax. Messi foi outros dos galardoados, na edição de 2005, ainda dava os primeiros passos no Barcelona. Mais recentemente foram coroados Kylian Mbappé, em 2017, e o internacional norueguês Erling Haaland.
A eleição do melhor jogador sub-21 a atuar na Europa é da responsabilidade de 40 jornalistas, que indica o seu top 5. A pontuação para o primeiro é de 10 pontos. Sete para o segundo, cinco para o terceiro, três para o quarto e o quinto da lista leva um ponto. Para concorrer, o jogador tem de ter nascido depois de 1 de janeiro de 2001 e alinhar num clube das primeiras divisões da Europa.
Tal como na Bola de Ouro e no The Best da FIFA, normalmente o prémio é atribuído a um avançado ou a um médio. A única exceção a esta regra aconteceu na votação de 2018, quando o troféu foi entregue ao defesa central neerlandês Matthijs de Ligt, do Ajax.
No ano passado, o espanhol Pedri, do Barcelona, venceu com a maior vantagem para o segundo classificado, recolhendo 318 votos contra os 119 de Jude Bellingam, do Borussia Dortmund.