FELIPE
Os Felipes de Espanha não foram de boa memória para os portugueses, mas este, das Astúrias e futuro rei de Espanha, merece carinho especial, e isso vê-se e vai ver-se, com intensidade, ao ritmo de consumo e importância que as notícias do noivado estão a despertar em Portugal. É um género de transferência emocional de uma realeza que não temos e que ainda existe no mais íntimo do nosso inconsciente.Uma nação tão antiga como a nossa é sempre nostálgica dos mais profundos laços de união, inculcados pela coroa. Enfim. Quanto a Felipe , que ontem apresentou oficialmente a noiva, jornalista despachada e bonita, que dominou a conferência de imprensa, perante um herdeiro tímido e inquieto, segue a tradição, iniciada pelas irmãs: casamentos «normais», sem requisitos prévios nem sangue nobre. O melhor meio de unir a Espanha e suas particularidades em torno de um futuro rei que é o garante último da unidade nacional.O rei de Espanha tem um duplo peso na coroa que herdou: unir e respeitar as Autonomias e a Constituição, e manter e engrandecer a tradição da monarquia espanhola, com tantos altos e baixos como a História do país. Juan Carlos é rei há menos de três décadas e esta monarquia é milenar. Essa responsabilidade recairá um dia nos ombros de Felipe das Astúrias e em Letizia , a jornalista consorte.