Feira de emprego para Angola atraiu portugueses

Iniciativa promovida por Associação de Estudantes Angolanos em Portugal, em parceria com o Consulado Geral da República de Angola, decorreu no Centro de Congressos de Lisboa
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Fazer a ponte entre as empresas em Angola e os jovens quadros angolanos que vivem em Portugal e que queiram regressar ao seu país, para aí trabalhar, foi o propósito da 5ª Feira de Emprego de Angola, que decorreu nos últimos três dias no Centro de Congressos de Lisboa. Houve mais de duas mil inscrições, muitas de portugueses que ali acorreram em busca de uma oportunidade.

Promovida pela Associação de Estudantes Angolanos em Portugal, em parceria com o Consulado Geral da República de Angola, a feira contou com a presença de 24 empresas de áreas diversas, da banca, à gestão, hotelaria, indústrias, construção ou consultoria, entre outras, e recebeu mais de duas mil inscrições.

"Tem corrido bem", afirmou ao DN a coordenadora da comissão organizadora da iniciativa, Magda Baptista, do consulado de Angola, a poucas horas do encerramento da feira, que terminou hoje ao fim da tarde.

Em alguns dos stands, como o da empresa de bebidas Refriango, ou o da consultora para o ambiente Cobangola, a maioria dos que acorreram a entregar currículos eram portugueses. "Dos mais de 500 currículos que recebemos nestes três dias, apenas 60 eram de angolanos, e os restantes eram maioritariamente de portugueses", adiantou ao DN Rita Cândido, responsável pela área de desenvolvimento de recursos humanos da Refriango.

Já na Cobangola, dos 80 currículos recebidos, só 30% eram de jovens quadros angolanos. "Os restantes foram sobretudo entregues por portugueses e também cabo-verdianos", explicou Graça Rebelo, representante da empresa na feira de emprego.

Muitos dos que ali acorreram foram essencialmente estabelecer contactos e poderão ainda enviar os seus currículos durante os próximos dias. É o caso de Paula Rodrigues, técnica de contabilidade atualmente desempregada, depois de ter visto fechar várias empresas onde trabalhou. "Já entreguei alguns currículos, ainda vou enviar mais", conta. Aos 47 anos, diz-se "preparadíssima para ir para Angola".

O facto de o marido, José Mário Oliveira, ter nascido em Angola, de onde veio, em 1974, com 10 anos, também ajuda. Por isso, quando souberam da feira de emprego, não hesitaram. "Viemos de Santa Maria da Feira e vamos regressar ainda hoje", explica José Mário Oliveira, que vê com bons olhos o regresso ao país onde nasceu. Os dois estão convictos de que a sua persistência vai ter frutos. "Já temos alguns contactos e, mesmo que não seja para daqui a um mês ou dois, acredito que vamos conseguir ir para Angola", conclui Paula Rodrigues.

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