O presidente da Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores (Fepons) diz que faltam profissionais em algumas zonas do país devido à alteração legislativa aplicada este ano e que obriga as piscinas municipais a terem nadadores-salvadores.."Neste momento existe efetivamente alguma falta de nadadores-salvadores em alguns pontos do país", afirmou Alexandre Tadeia, em declarações à agência Lusa, acrescentando que essa falta quase não se tem notado porque os profissionais que trabalham atualmente estão a fazer horas extraordinárias para colmatar a insuficiência.."Mas existe, de facto, alguma escassez, porque houve uma modificação da legislação de assistência a banhistas, fazendo com que as piscinas passassem a possuir obrigatoriamente assistência a banhistas por nadadores-salvadores. Isso fez com que a procura de nadadores-salvadores tenha aumentado", explicou..O responsável ressalvou, contudo, que, por enquanto, essa falta não se tem sentido nas praias, devido ao "esforço muito grande" por parte dos profissionais que têm sido chamados a realizar horas extras..Alexandre Tadeia defendeu o reforço da formação durante os próximos meses, até à próxima época balnear, para se conseguir dar resposta, especialmente ao nível das piscinas..O presidente da Fepons considerou que a atual época balnear está a decorrer como planeada, mas repetiu uma preocupação antiga dos nadadores-salvadores relacionada com a contratação.."Desde 2009 que sugerimos um modelo totalmente diferente do atual. Julgamos que ser o concessionário a entidade responsável pela contratação do nadador-salvador não tem nexo: primeiro, porque ficamos com muitos espaços não vigiados; depois, porque existe alguma promiscuidade entre quem contrata e quem tem de realizar o trabalho", explicou Alexandre Tadeia..A Fepons defende que os nadadores-salvadores sejam contratados por uma outra entidade.."Por exemplo, pelas autarquias e, que, depois, não só o concessionário de praia, mas todo o comércio do concelho litoral contribua para o pagamento desse valor. Assim deixaríamos de ter uma colocação de nadadores-salvadores em função da extensão da concessão, mas sim em função da dimensão da praia, do número de utentes que a praia tem, da sua estatística e assim também reduziríamos os espaços não vigiados", justificou o presidente da Fepons..O dispositivo disponibilizado pela Autoridade Marítima Nacional para este ano é composto por 28 embarcações salva-vidas, entre outros navios da Marinha, 18 motos quatro, 4.100 nadadores-salvadores e 28 viaturas destinadas ao patrulhamento de praias não vigiadas, as quais integram o projeto "Sea Watch".