Fechar fronteira da Áustria com a Itália "é uma catástrofe política"

Áustria ameaça instalar uma barreira para impedir a entrada dos migrantes pelo túnel de Brenner se a Itália não tomar medidas para controlar o fluxo de pessoas
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O encerramento da fronteira da Áustria com a Itália, no túnel de Brenner, com o intuito de combater o fluxo de migrantes seria uma "catástrofe política" para a Europa, disse hoje o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

O túnel de Brenner é uma passagem nos Alpes que liga a cidade austríaca de Innsbruck à localidade italiana de Fortezza.

Entretanto, essa via é um ponto-chave para os transportes europeus e uma porta de entrada para o norte e o sul da Europa, lembrou Juncker, numa entrevista ao jornal do grupo alemão Funke Mediengruppe.

"É por isso que qualquer bloqueio no túnel de Brenner teria não só consequências económicas graves, mas sobretudo pesadas consequências politicas", advertiu.

O presidente da Comissão Europeia mostrou-se igualmente preocupado com o comportamento da Áustria perante da crise dos migrantes, alimentando a tentação de fechar as fronteiras e reproduzindo o discurso presente no resto da Europa.

"Aquilo que observamos na Áustria, vemos infelizmente também noutros países europeus ou em partidos que jogam com o medo das pessoas", lamentou.

Cerca de 2.500 camiões e 15.000 carros transitam em média pelo túnel de Brenner, eixo económico crucial para a Itália e as empresas exportadoras para o norte da Europa.

O túnel é também utilizado por centenas de milhares de turistas alemães e do norte da Europa que se deslocam à Itália.

ituada no cruzamento de duas das principais rotas migratórias para a Europa -- via Balcãs e via Itália --, a Áustria acolheu 90.000 refugiados em 2015, mais de 1% da sua população.

Para 2016, Viena fixou o número de 37.500 pedidos de asilo, sendo que já registou cerca de metade deste valor.

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