Fechaduras mudadas para barrar neto de Mandela
A filha mais velha e o neto mais velho de Nelson Mandela estão em guerra, apesar da aparência de unidade que reinou no período que duraram as cerimónias fúnebres do antigo presidente da África do Sul, que morreu a 5 de dezembro e que foi a enterrar no último domingo.
De acordo com o jornal sul-africano "The Times", o neto Mandla Mandela, de 39 anos, foi afastado, alegadamente pela filha mais velha do antigo líder da luta anti-apartheid, Makaziwe Mandela, de 59 anos.
O jornal escreve que enquanto o neto zelou o corpo do avô em Pretória, Makaziwe mudou a fechadura da propriedade de Mandela, em Qunu. Quando Mandla chegou a Qunu no sábado, um dia antes do funeral, "o acesso e a sua margem de manobra na propriedade eram limitados", informou uma fonte anónima.
Segundo o jornal, Makaziwe também pediu a Mandla que retirasse o gado e animais que havia deixado na propriedade, ao mesmo tempo que a eletricidade e a água foram cortadas. As pessoas próximas de Mandla também terão sido retiradas da lista de convidados para o funeral do dia seguinte, enquanto a mãe e irmã de Mandla ficaram sem transporte para a cerimónia.
O porta-voz do neto de Mandela recusou fazer comentários. "Mandla prefere concentrar-se na preservação e na continuação do combate de Madiba", disse à France Press Freddy Pilusa. "A sua prioridade é agora é fazer o bem junto da sua comunidade e servir as gentes deste país", acrescentou.
Esta não é a primeira vez que o neto de Nelson Mandela está no centro de uma disputa familiar. Em 2011, sem consultar a família, Mandla transladou os corpos de três filhos de Mandela de Qunu para os arredores de Mvezo, contrariando o desejo manifestado pelo antigo presidente sul-africano, de que queria ser enterrado na terra-natal, ao lado dos pais e dos filhos.
Mandla é filho do segundo filho de Nelson Mandela. Makaziwe é filha de Mandela e Evelyn Mase, a primeira mulher de Nelson Mandela.