FC Porto. Recorde de pontos para embelezar a festa do 30º título

Vitória por 2-0 sobre o Estoril deu mais brilho ao jogo da consagração do FC Porto, que chegou aos 91 pontos e superou a marca anterior (88). Golo de Fernando Andrade deu o toque final à conquista
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Um Dragão repleto, "o condimento que faltou na festa de há dois anos", celebrou este sábado a conquista do 30º título de campeão nacional conseguido pelo FC Porto. Depois de assegurar matematicamente a vitória na prova graças à vitória no Estádio da Luz, na penúltima ronda da Liga, a equipa orientada por Sérgio Conceição bateu o Estoril no fecho da competição por 2-0, chegando assim aos 91 pontos, novo recorde, superando os 88 de Rui Vitória (Benfica, 15/16) e do próprio técnico natural de Ribeira de Frades (FC Porto, 17/18). Os 86 golos apontados significam também, além do melhor ataque (a que se junta a melhor defesa, com 22 golos consentidos) a melhor média do século XXI (2,53 golos/jogo). E ainda sobra a possibilidade de nova dobradinha no próximo fim de semana, o que deixaria Sérgio Conceição a um troféu de igualar a marca de Artur Jorge (oito títulos no clube).

Numa tarde de festa no estádio e na cidade, as "hostilidades" foram abertas nas redes sociais a cerca de duas horas do pontapé da saída do jogo da consagração, com o presidente Jorge Nuno Pinto da Costa a posar junto ao troféu obtido esta temporada, acompanhado pela legenda "40 anos a celebrar". O dirigente máximo dos dragões fez depois questão de cumprimentar, um a um, os jogadores à medida que estes saíam do autocarro quando chegaram à garagem do estádio.

A festa prosseguiu no fim da partida, com a cerimónia de entrega do troféu transportado pelo antigo guarda-redes Helton e que foi secundado pelo presidente do clube e o da Liga, Pedro Proença. De seguida desfilaram os 30 jogadores ainda no plantel que se sagraram campeões, bem como os troféus, até o troféu ser erguido para delírio do estádio. A equipa desfilou em seguida pela cidade até chegar à tradicional festa final nos Aliados.

Sem facilitar, Sérgio Conceição fez alinhar o seu onze mais forte de início na partida da consagração - a única exceção foi mesmo a troca de guarda-redes, com Diogo Costa a ceder o seu lugar a Cláudio Ramos, um dos quatro jogadores do plantel que ainda não tinha somado qualquer minuto na Liga portuguesa (jogara apenas uma partida na Taça de Liga e tornou-se o 30º campeão da época). De resto, apenas Fábio Vieira não alinhou de início, com João Mário a surgir na lateral direita e Pepê a atuar mais adiantado no terreno, opção que o técnico utilizou com alguma frequência. Do lado dos homens da Linha, Bruno Pinheiro também utilizou a sua equipa mais forte, registando-se apenas uma alteração em relação ao último encontro, com Ferraresi a regressar após suspensão depois de Bernardo Vital ter sido expulso perante o Moreirense.

Perante um adversário que lhe deu bastante luta na partida da primeira volta - foi, possivelmente, a equipa que mais perto esteve, a par do Sporting em Alvalade, de bater o FC Porto antes da partida de Braga - mas que somava nove jogos sem ganhar aos azuis e brancos (o último triunfo foi há oito épocas) -, os novos campeões nacionais entraram a todo o gás, procurando chegar ao golo o mais cedo possível. Todavia, com o passar dos minutos, o calor, a ausência de pressão e, sobretudo, a excelente organização defensiva dos visitantes, baixou o ritmo aos homens da casa e o jogo foi-se arrastando até ao intervalo sem que qualquer das equipas tenha criado uma situação clara de golo. Um remate de Taremi em boa posição e outro de Vitinha que saiu à figura de Thiago Rodrigues foram os lances mais perigosos da equipa de Conceição - que, à passagem da meia hora colocou três homens a aquecer como forma de demonstrar o seu descontentamento -, com os estorilistas a criarem algum perigo perto do descanso, numa cabeçada de Ferraresi sobre a trave e num ressalto após remate de Mboula que Zaidu cortou perto da linha de golo.

A segunda parte começou tal como a primeira mas, desta feita, com resultados quase imediatos. Uma recuperação de Pepe originou uma triangulação rápida que deixou Zaidu solto na esquerda: o nigeriano, sempre muito acarinhado pelas bancadas, meteu a bola à boca da baliza e esta tabelou nas pernas de Joãozinho, dirigindo-se para o fundo das redes (48'). O FC Porto teve ainda duas bolas na trave, uma por Evanilson e outra por Taremi, Francisco Conceição obrigou Thiago à defesa da tarde e a partida foi-se dirigindo pachorrentamente para o grande final, que chegou de forma comovente e depois de uma grande ovação a Pepe. Depois de fazer entrar Rúben Semedo e Fernando Andrade, o brasileiro, servido por Fábio Vieira (14ª assistência), marcou no primeiro toque que deu na bola e celebrou em lágrimas e com um abraço ao técnico (88'). O jovem guarda-redes Meixedo ainda foi a tempo de se tornar no 33º campeão nacional, entrando para os minutos finais, antes de se dar início à festa no relvado do Dragão.

"Não podemos parar e por isso montei a equipa que dava mais garantias, também tendo em vista que ainda temos mais um jogo. Quando o Fernando fez o golo, a alegria de cada um era como a do Fernando, e isto espelha bem o que é o nosso balneário. Eu senti-me emocionado, o Fernando fez aqui um início de época muito bom, depois saiu e magoou-se com gravidade. Pediram-me se ele podia fazer aqui a recuperação, eu disse que sim. Era um de nós e continuou a ser, sempre com um espírito fantástico. Daí este merecido prémio, tal como para os outros que entraram", referiu Sérgio Conceiçãoo na flash interview da Sport TV, na qual voltou a não esquecer os pais: "Creio que eles pensariam que valeram a pena todos os sacrifícios que passaram para me criarem a mim e aos meus irmãos. Mesmo não estando cá fisicamente, estão comigo diariamente no que é a minha vida".

Também o capitão Pepe falou, para agradecer a ovação que os adeptos lhe tributaram na altura da sua substituição: "Amo este clube e quero agradecer-lhes. Sobre alguns iluminados que há por aí, só quero dizer-lhes que contra factos não há argumentos, fomos melhores em tudo, as estatatístiticas estão aí para lhes mostrar. Mas continuem assim, a alimentar-nos para lutarmos contra tudo e contra todos".

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