FC Porto ganha a Taça. Lágrimas de Conceição e Casillas nos festejos
Os jogadores e o treinador do FC Porto só levantaram a Taça de Portugal depois de o eco dos berros se materializarem num convidado especial: Iker Casillas. O ex-guarda-redes espanhol, obrigado a terminar a carreira a época passada devido a problemas cardíacos, foi homenageado pelos antigos companheiros.
Com a expulsão de Sérgio Conceição (dois amarelos em cinco minutos antes do intervalo, foi Vítor Bruno quem deu a cara pela equipa técnica dos campeões nacionais.
"Se houver câmaras viradas para o nosso banco vai perceber. Eu estou mais recuado. Pareceu-me uma pequena reação a uma falta que foi marcada, depois de um primeiro amarelo que nos pareceu forçado. Às vezes é a sensibilidade, de perceber o jogo que é. Isto é um reparo. Mas às vezes a forma como nos relacionámos com os árbitros, a forma como verbalizam as coisas [para o banco], às vezes roça o exagero e é muito difícil uma pessoa não se manifestar", explicou o adjunto de Conceição.
Vítor Bruno fez um balanço de 2019/2020: "Foi uma época atípica, com muitas nuances que fizeram constantemente readaptar, em treino, depois a maldita doença, nesta altura não haverá muito a falar em relação ao jogo, que dominámos, controlámos, menos nos últimos 10 /15 minutos, o que é normal porque o adversário estava a jogar com mais um".
E, depois, um olhar mais próximo sobre o triunfo (2-1) na final da Taça de Portugal. "Foi assente nos valores do grupo. A equipa encarna o povo do Norte: um povo nobre, leal, humilde, trabalhador e que nunca vira a cara à luta", disparou.
"O caráter está presente no dia a dia e é consequência natural da essência deles como homens. Foram gigantes, com uma capacidade de trabalho incrível, em circunstâncias que não vale a pena falar agora. Foi difícil, mas vale a pena. Falhou adeptos, falhou treinador. Sem adeptos era difícil, sem treinador tornou-se mais difícil. Ficaram aqueles em campo", prosseguiu.
E deixou uma palavra a um jogador fundamental: "O Mbemba passou um momento difícil, em que não jogava tanto, mas hoje está a jogar por mérito dele. Mas não podemos esquecer alguém que está em casa, que sofreu muito e que merecia muito cá estar, o Marcano".
E na próxima época há que esperar "um FC porto igual a si próprio".
Nélson Veríssimo estava agastado após a derrota na final da Taça de Portugal, a primeira (e única, vem aí Jorge Jesus) que sofreu como treinador interino do Benfica.
"[Que equipa entrega a Jorge Jesus:] É a equipa que temos. O jogo acabou agora e não quero estar a pensar em mais nada," arrumou.
Sobre o jogo, sublinhou a falta de lucidez. "Sabíamos que a partir desse momento [expulsão de Luis Díaz, 38"] o jogo ia-se tornar um pouco mais difícil. Faltou um pouco de paciência para circular a bola. Faltou essa lucidez, essa calma e tivemos algumas dificuldades em chegar à baliza contrária", assumiu Veríssimo.
O Benfica que sofreu mais dois golos em bolas aéreas: "Não foi deixar andar, à medida que as situações apareceram, encarávamos de frente, os jogadores tinham interesse em fazer essas correções. Trabalhámos isso e sabíamos que contra o FC Porto era um dos pontos fortes e acabámos por sofrer os golos de bola parada."
"Era um título que devíamos ter conquistado e que não conseguimos. O resultado está feito, agora há que pensar na próxima época", concluiu Nélson Veríssimo.