Marcano foi o abre latas numa noite pouca inspirada

Numa noite desinspirada, valeu ao dragão o grande golo do central espanhol aos 13 minutos para bater o Desportivo das Aves e reduzir a distância para o Benfica.
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O FC Porto cumpriu a obrigação, venceu no Dragão o Desportivo das Aves por 1-0, e voltou a reduzir para dois pontos a distância para o líder Benfica. Mas a noite foi de pouca inspiração, sobretudo na segunda parte, com os jogadores a perderem muitas bolas, a revelarem dificuldades em construir lances para desequilibrar e com poucas oportunidades de golo. Valeu o grande golo de Marcano, aos 13 minutos, para evitar um novo deslize dias depois do empate na Madeira com o Marítimo, e para redudir para dois pontos a distância para o líder Benfica

Sérgio Conceição preparou uma grande surpresa no onze inicial, com o jovem Bruno Costa (só tinha jogado uma partida esta época, na primeira jornada com o Gil Vicente) a surgir no meio-campo no lugar de Uribe, uma alteração talvez para poupar o colombiano para o importante jogo de quinta-feira da Liga Europa, em Glasgow, diante do Rangers. De resto, o técnico portista manteve o 4X3X3, com Alex Telles e Zé Luís no banco e Marega fora dos convocados.

Logo no primeiro minuto, Mbemba tentou a sorte num cabeceamento trapalhão. Parecia o mote para uma entrada a pressionar e para um jogo de sentido único que podia ser resolvido cedo e permitir a Sérgio Conceição fazer descansar alguns jogadores para o embate de quinta-feira em Glasgow, diante do Rangers, para a Liga Europa. Mas afinal não foi bem assim. Ou melhor, nada assim.

Ao minuto 9, o público do Dragão levantou-se para bater palmas numa homenagem a Fernando Gomes, o goleador portista que luta contra uma doença oncológica e que agradeceu o momento na tribuna de honra do estádio. Quatro minutos depois o dragão marcou. Otávio cruzou da direita e Marcano num golo que lhe é pouco habitual, encheu o pé esquerdo e de primeira colocou a bola no fundo das redes de Aflalo.

Os adeptos do FC Porto voltaram a levantar-se quando aos 25' quando o árbitro Hélder Malheiro apontou para a marca de grande penalidade, por um suposto toque de Afonso Figueiredo em Bruno Costa na área dos avenses. Mas consultado o VAR, o lance foi (e bem ) anulado. E à passagem da meia-hora, Aflalo teve de se aplicar para impedir o golo de Luis Diáz.

Nos últimos minutos da primeira parte, o Aves, beneficiando de perdas de bola dos jogadores do FC Porto, surgiu mais vezes junto à área dos dragões. Mas o único lance de verdadeiro perigo foi um remate de Welinton Júnior que saiu por cima da baliza de Marchesín. A primeira parte terminou com cinco remates para o FC Porto e quatro para os avenses. Mas com uma estrondosa diferença na posse de bola (74% contra 26%).

Na segunda parte manteve-se a passividade dos jogadores FC Porto, com muitas dificuldades na circulação de bola e em construir jogadas com início e fim. O Aves beneficiava disso e ia tentando a sua sorte, instalando-se durante mais tempo no meio-campo dos dragões, e tentando sobretudo a sorte em remates de longe, em bola corrida ou de livre. E foram muitos, só que nunca levaram a melhor direção.

No banco, Sérgio Conceição não gostava do que via. E aos 56 minutos lançou Alex Telles e Zé Luís para os lugares dos apagados Mbemba e Luis Días. A entrada do lateral brasileiro tinha como missão dar mais profundidade ao corredor direito e permitir a Corona descair mais para o centro do campo. E a de Zé Luís para espevitar o ataque, quase inexistente durante o início da segunda parte.

O FC Porto acordou aos 64' e no espaço de um minuto teve duas boas ocasiões para marcar. Primeiro num lance de Manafá que Mehremic cortou na hora H. E depois num cabeceamento de Pepe que ainda foi à barra depois da defesa de Aflalo. E aos 70' foi a vez de Soares ameaçar as redes do Aves após um canto de Alex Telles.

Faltava ao FC Porto o segundo golo para poder suspirar. A equipa melhorou com as alterações feitas por Sérgio Conceição, mas na hora da finalização as coisas não saíam da melhor maneira. É verdade que o Aves também baixou a intensidade e que a defesa do FC Porto chegou sempre para as encomendas. Mas até ao apito do árbitro ninguém pôde descansar porque num lance fortuito o adversário podia chegar ao empate. O que acabou por não acontecer.

VEJA O GOLO
FICHA DO JOGO

Jogo disputado no Estádio do Dragão, no Porto.

FC Porto-Desportivo das Aves, 1-0.

Ao intervalo: 1-0.

Marcador: 1-0, Marcano, 13 minutos

FC Porto: Marchesín, Mbemba (Alex Telles, 56), Pepe, Marcano, Manafá, Danilo, Bruno Costa, Otávio (Uribe, 83), Corona, Soares e Luis Díaz (Zé Luís, 57).

Treinador: Sérgio Conceição.

Desportivo das Aves: Aflalo, Mato Milos, Adi Mehremic, Falcão, Afonso Figueiredo, Estrela, Luiz Fernando (Ricardo Rodrigues, 86), Rúben Oliveira, Welinton Júnior, Kevin Yamga (Enzo, 86) e Mohammadi (Kahraba, 73).

Treinador: Leandro Pires.

Árbitro: Hélder Malheiro (AF Lisboa).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Mato Milos (71).

Assistência: 29.205 espetadores.

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