FBI prende milícia que planeava raptar governadora do Michigan

A democrata Gretchen Whitmer iria ser alvo de rapto enquanto outros membros preparavam-se para atacar o Capitólio do estado e "começar uma guerra civil".
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O FBI revelou ter desmantelado um grupo que conspirava raptar a governadora do Michigan, a democrata Gretchen Whitmer, e acusado seis pessoas que pretendiam derrubar o governo do estado pela violência, tendo estas realizado treinos com armas de fogo, explosivos e exercícios estratégicos.

Também a procuradoria-geral do Michigan deteve sete pessoas num outro desenvolvimento da investigação. A procuradora-geral Dana Nessel disse que os sete detidos estão ligados à milícia Wolverine Watchmen e acusados de fornecer apoio material a terroristas e outros delitos relacionados. Segundo Nessel, os detidos estavam a planear e a treinar com o objetivo de atacar a Polícia e o Capitólio do estado, na cidade de Lansing, e "desencadear uma guerra civil".

No final de abril grupos armados entraram no Capitólio em protesto pelas medidas de confinamento.

Nesse mesmo mês, o presidente Donald Trump criticou publicamente os líderes políticos do Michigan sobre as medidas impostas pelo estado para impedir a propagação do coronavírus, tendo tuitado "Libertem o Michigan".

Um dia depois da tentativa de invasão do Capitólio, o homem que noutras ocasiões proclama "Lei e ordem", pediu compreensão por parte da governadora Whitmer. "A governadora do Michigan devia ceder um pouco e apagar o fogo. São pessoas muito boas, mas estão com raiva. Eles querem as suas vidas de volta, com segurança! Receba-os, converse com eles, faça um acordo", aconselhou no Twitter.

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Gretchen Whitmer ganhou preponderância nacional ao opor-se à forma como Trump lidou como a pandemia e chegou a ser considerada uma potencial candidata ao lugar de vice-presidente.

Os conspiradores agora detidos pelo FBI, cinco do estado do Michigan e um de Delaware, acreditavam que os governos estaduais, incluindo o do Michigan, estavam a violar a Constituição, de acordo com um documento do FBI.

O FBI soube no início de 2020, através das redes sociais, que uma milícia estava "a discutir o derrube violento de certas componentes do governo e das forças de segurança", e "concordou em tomar medidas violentas".

O FBI conseguiu entretanto infiltrar-se no grupo FBI, com informadores a registar muitas das suas discussões, de acordo com o documento da agência federal.

O FBI gravou reuniões em Grand Rapids, Luther, e em Munith. Membros do grupo falaram sobre "assassinar... tiranos" ou "retirar" um governador em exercício.

Durante as discussões previa-se a utilização de 200 homens para "invadir" o Capitólio em Lansing, tomar reféns, incluindo Whitmer, e julgar a governadora por traição.

O grupo reuniu-se para exercícios de campo e de treino este ano e realizou a vigilância da casa de férias da governadora em pelo menos duas ocasiões em finais de agosto e setembro.

Os milicianos adquiriram um Taser e óculos de proteção noturna para utilização no plano de sequestro, de acordo com os registos do tribunal. Os membros da conspiração disseram querer executar o rapto antes das eleições de 3 de novembro.

(Atualizado às 20:14)

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