FBI pode travar leilão de mural de "Banksy"
O mural desapareceu na semana passada do bairro de Haringey, em Londres, no Reino Unido. Nas últimas horas, as autoridades norte-americanas têm estado em contacto com a Scotland Yard para pedir que esta investigue se a obra foi mesmo "roubada" e por quem.
Frederic Thut, diretor do Fine Art Auctions, em Miami, disse ontem que "tudo está em ordem". E que "Slave Labor" (trabalho escravo, em português) será leiloado pelo valor 600 mil euros, juntamente com outra obra de Banksy, que foi "retirada" de uma parede na Cisjordânia.
Thut afirma que o trabalho chegou à casa de leilões em Miami "através de um colecionador de renome" e que não poderá revelar o seu nome graças ao acordo de confidencialidade que assinou.
"Nós fizemos as nossas investigações e podemos garantir com 150% de certeza que não há nada de ilegal. A nossa principal intenção é proteger e preservar uma obra de arte que de outra forma poderia ser danificada."
Entretanto, milhares de pessoas juntaram-se em Haringey, exigindo a reposição do mural que mostra uma criança de origem asiática sentada no chão, a coser pequenas bandeiras do Reino Unido, numa máquina de costura. O trabalho apareceu em maio passado, numa das paredes da loja Poundland (que vende tudo a uma libra), que garante nada ter a ver com o assunto.
Este mural de Bansky consiste precisamente numa crítica ao trabalho infantil e ao eminente jubileu da Rainha Isabel II, refere o jornal britânico 'Guardian', o qual cita uma responsável da Poundland a fazer um esclarecimento: "Gostaríamos de confirmar que não somos responsáveis por vender ou remover do mural de Bansky. Estamos também a investigar o sucedido".
A Conselheira Local, Claire Kober, chegou mesmo a escrever uma carta ao prefeito de Miami, Tomás Regalado, pedindo-lhe para suspender o leilão. E o diretor do Fine Art Auctions conta que nos últimos dias tem recebido todos os tipos de insultos e ameaças nas ruas de Londres.