"O Santuário deve ser um oásis de espiritualidade. Tem sido, mas agora é preciso que seja mais para que as pessoas refresquem a sua fé, encham o seu próprio coração, que vivam neste silêncio uma nova espiritualidade", refere António Marto numa entrevista ao jornal Voz da Fátima, órgão oficial de informação e formação do Santuário..O bispo considera também que "a presença de inúmeros grupos estrangeiros no Santuário, como nunca se viu, em especial da Ásia ou do Médio Oriente, em peregrinações, acentuou esta internacionalização"..O balanço do Centenário das Aparições será apresentado a 02 de novembro, mas António Marto avança desde já que nesta celebração do centenário foi feito "um belo programa, com novas linguagens, diversificado e adaptado a várias idades, dos idosos aos mais pequenos"..O bispo de Leiria-Fátima considera também que acrescentou " uma dimensão cultural importante à própria mensagem de Fátima".."Fátima era, e se calhar ainda continua a ser para alguns, uma certa subcultura e o facto é que este centenário, através das várias iniciativas, conseguiu provar que não é isso. Tenho tido esse 'feedback' das pessoas que me têm felicitado de várias maneiras por tudo o que tem sido realizado aqui no Santuário", referiu o bispo na entrevista..Citando o papa emérito Bento XVI, António Marto refere que "'Fátima é a mais profética das aparições modernas' e, por conseguinte, tem esta vocação histórico-universal, acompanhando a história de cada geração", exigindo assim uma atualização constante das linguagens pelas quais é comunicada, para ser transmitida às novas gerações..Do Centenário das Aparições, adianta o bispo, fica o aprofundamento novo da mensagem: numa visão global e harmónica, na dimensão mística de vivência da fé e relativamente aos problemas da humanidade focado pelo papa Francisco como os refugiados, os sem-abrigo, os cristãos perseguidos ou a dignidade da pessoa humana espezinhada. .Questionado pelo Voz da Fátima sobre como viveu o papel de anfitrião de dois papas, António Marto explicou que com Bento XVI foi o encontro com alguém que já conhecia e com quem mantinha uma relação de especial afeto, desde os tempos de estudante, além de ser o papa teólogo de Fátima, que escreveu o melhor comentário sobre a "Mensagem" e com o papa Francisco veio uma forma de comunicar muito diferente, "que vai ao fundo da alma, porque fala com o coração".."Ele [papa Francisco] é a incarnação de uma Igreja em saída, voltada para fora e menos virada para dentro", frisou, fazendo ainda referência a João Paulo II, considerando que foi o papa que deu notoriedade a Fátima..A Peregrinação Internacional Aniversária de outubro no Santuário de Fátima começou hoje e decorre até sexta-feira, marcando o encerramento do Centenário das Aparições e inclui, além das celebrações religiosas, um concerto e um espetáculo multimédia..A peregrinação tem por tema "Maria, Estrela da Evangelização" e será presidida pelo bispo da diocese de Leiria-Fátima, António Marto.