Fantástico Gales arrasa Irlanda e conquista Seis Nações

O País de Gales venceu a 125.ª edição do centenário Torneio ao bater nesta tarde de sábado, em Cardiff, a seleção irlandesa por 25-7. No adeus do seu selecionador Warren Gatland, os galeses conquistaram o 27.º triunfo na prova e por terem ganho todos os encontros juntaram-lhe o 12.º<em> grand slam</em> da sua história e a 21.ª <em>triple crown.</em>
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A tarefa da Irlanda, 2.ª seleção do ranking mundial, esta tarde no Principality Stadium, não era de todo fácil. É que frente à equipa de Joe Schmidt estavam não apenas 15 galeses, mas toda uma nação em peso que, com fanática paixão e entusiasta fervor nacionalista, criou um ambiente incrível que empurrou os galeses para o seu 14.º triunfo consecutivo. O que, para muitos, era apesar de tudo pouco crível face ao valor da melhor seleção do mundo em 2018.

Mas perante chuva copiosa (e com o teto do estádio aberto, o que não é de todo habitual em Cardiff...) Gales, aos 80 segundos de jogo, já estava na frente graças a um ensaio do centro Hadleigh Parkes correspondendo a uma inteligente solicitação ao pé do abertura Gareth Anscombe, o "melhor em campo" na mais radiosa exibição com a camisola galesa do jogador nascido na Nova Zelândia (7-0).

E Parkes (também ele neozelandês...), com um início de jogo frenético, estaria logo a seguir em grande destaque, mas desta feita no capítulo defensivo, numa fantástica placagem ao ponta Jacob Stockdale que voava para o ensaio colado à linha lateral.

Sob o olhar embevecido do príncipe William (Prince of Wales, não esqueçamos...) e num embate que, tal como se anunciara, era intenso e por vezes brutal, a emoção podia cortar-se à faca com Gales muito mais focado no jogo. E nem a lesão do valioso ponta George North - que implicou uma profunda alteração nas linhas atrasadas galesas, pois com a entrada de Dan Biggar parra 10, Liam Williams foi para ponta e Anscombe passou a defesa - alterou a disposição do quinze da casa.

E com os irlandeses a cometerem demasiadas faltas que o afinado pé direito de Anscombe tratou de penalizar por três vezes, os galeses atingiam ao intervalo a vencer por inimagináveis 16-0!

Na 2.ª parte a pressão foi aumentando sobre Johnattan Sexton e a sua Irlanda, sem encontrar respostas para contrariar o jogo galês feito de entrega, paixão e muita classe. E para mais ia acumulando falta sobre falta que Anscombe (autor de 20 pontos em pontapés) não deixava de castigar. E aos 70", o resultado chegava a estratosféricos 25-0 através de outras três penalidades convertidas pelo neozelandês.

Nos instantes finais e como grande equipa que é, viu-se finalmente uma reação irlandesa que, com 60% de posse de bola e apesar da notável defesa de Gales - com destaque para o incansável flanqueador Josh Navidi, autor de 20 placagens! - resultaria no ensaio três minutos para lá dos 80 por Jordan Larmour, evitando o primeiro jogo da Irlanda a zero em Cardiff desde 1961, para os finais 25-7.

E mesmo assim esta diferença de 18 pontos é a maior dos últimos 43 anos, ou seja, desde 1976!

Este foi o terceiro triunfo do neozelandês Warren Gatland desde que em 2007 assumiu o leme da seleção galesa, depois de 2008 e 2012 (na vitória de 2013 o treinador neozelandês que está de partida após o Mundial do Japão no fim do ano, estava a preparar a digressão dos British and Irish Lions à Austrália e delegou em Rob Howley) e o 5.º triunfo galês em 20 edições do Torneio das Seis Nações.

Nos outros encontros da derradeira jornada, a França foi a Roma bater a Itália, por 25-14 e no jogo que encerrou a competição, Inglaterra e Escócia empataram 38-38 no mais estranho e entusiasmante jogo da prova.

Com um início esplendoroso, os ingleses venciam por 31-0 à meia hora de jogo (quatro ensaios) e por 31-7 ao intervalo. Mas no 2.º tempo e de forma totalmente inesperada para um quinze dizimado por lesões e que parecia alheado do encontro, os escoceses fizeram cinco ensaios de rajada (!), passando para a frente por 38-31! Mas no derradeiro lance do encontro o quinze da rosa marcou o seu quinto ensaio por George Ford, conseguindo assim um sofrido empate, resultado que já não acontecia na Calcutta Cup desde 1989, há 30 anos. Nunca a Escócia marcou tantos pontos em Twickenham, nem os ingleses alguma vez tinham concedido seis ensaios (e seguidos!) nos 110 anos da sua catedral. Um jogo para a história num dia também ele para a história dos conquistadores galeses.

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