Familiares de criança carbonizada em silêncio
Por volta das 20.30 da noite de sábado, Judite da Fonseca, empregada no café da Praça Marquês das Minas, foi alertada pelo cheiro. Correu para a rua e apercebeu-se que o último piso do número quatro de uma das praças principais da Damaia (zona norte) estava a ser consumido pelas chamas.
Lá dentro, os moradores já desciam, dominados pelo pânico. Incluindo a mãe e tia de Malan, a criança de cinco anos que acabou 'esquecida' no sótão onde dormia e foi encontrada já sem vida pelos bombeiros e Polícia de Segurança Pública.
Esta foi a única vítima registada no incidente, cujas causas ainda não foram apuradas pelas autoridades. Certo é que a mãe de Malan, que na tarde de domingo se refugiou em casa de amigos, afastada da casa onde perdeu o filho, foi interrogada pela Polícia Judiciária na noite da tragédia durante algumas horas. Foi aliás a única das moradoras do 3.º piso ouvida pelas autoridades policiais. Durante a tarde de domingo, vários familiares e moradores na mesma casa, concentraram-se à porta de casa, mas em jeito de pacto de silêncio, nada adiantaram ao DN.
"Sei que a mãe de Malan foi falar com a polícia porque estava na casa quando tudo aconteceu, mas só por isso", explicou um dos tios da vítima mortal.
Esta segunda-feira, as autoridades judiciais e proteção civil vão realizar uma vistoria ao local, de forma a que fique esclarecido como começou o incêndio no prédio da Damaia.