O príncipe inglês Harry e a mulher, Meghan Markle, iniciaram esta segunda-feira uma deslocação de 10 dias à África Austral, alertando na Cidade do Cabo para a violência contra as mulheres, tema que domina a atualidade na África do Sul.."Enquanto alguém que já visitou este país fantástico muitas vezes, e enquanto alguém que considera a Cidade do Cabo como um lugar especialmente único em África, quis garantir que a nossa primeira visita como família -- com a minha mulher ao meu lado -- se focasse nos desafios importantes que enfrentam milhões de sul-africanos, reconhecendo ao mesmo tempo a esperança tão forte que sentimos aqui", afirmou o príncipe Harry, citado pelas agências internacionais.."Estou aqui convosco enquanto mãe, esposa, e mulher, uma mulher de cor, e como vossa irmã", afirmou Meghan na Cidade do Cabo (sul), recebendo fortes aplausos, no primeiro de 10 dias do périplo por vários países africanos..A visita da família real - Meghan e Harry viajam com o filho, Archie Harrison, de quatro meses - começou com uma deslocação a um projeto que promove a autodefesa a raparigas, numa altura em que a África do Sul tem sido palco de protestos de milhares de mulheres contra o abuso e impunidade num país onde são denunciadas mais de cem violações por dia..O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, afirmou na semana passada que o país "é um dos locais menos seguros" para as mulheres, tendo anunciado medidas de emergência para responder ao fenómeno e prometido punições mais pesadas para os autores de crimes contra as mulheres..A passagem dos duques de Sussex pela África do Sul será marcada pelas questões relacionadas com os direitos humanos, violência sexual, discriminação de género, combate à xenofobia, mas também empreendedorismo, vida selvagem, saúde mental e desminagem, sobretudo em Angola -- um problema para o qual a mãe de Harry, a princesa Diana, chamou a atenção do mundo há mais de duas décadas..Na quarta-feira, o príncipe Harry segue sozinho para o Botsuana, enquanto a duquesa de Sussex prossegue na África do Sul uma série de compromissos oficiais..Na região do Chobe, no Botsuana, onde existe um grande parque natural, vai promover a colaboração com os países vizinhos Namíbia, Zâmbia e Zimbabué no âmbito do Queen's Commonwealth Canopy, para promover a circulação de animais selvagens..Em Angola, a visita começa no final do dia de quinta-feira, quando o príncipe viaja para o sudeste do país, para Dirico, onde vai passar a noite num campo de desminagem da organização britânica Halo Trust..No dia seguinte, o príncipe Harry vai inaugurar um novo segmento do programa Queen's Commonwealth Canopy, uma rede internacional de florestas destinada a facilitar a passagem de animais selvagens, para aquela zona da bacia do rio Okavango, partilhada com a Namíbia e o Botsuana, cuja apresentação terá a presença de membros do governo dos três países..A etapa seguinte, segundo um comunicado da casa real britânica, vai ser a mais "significativa e comovente" para o príncipe, numa visita ao Huambo, repetindo os passos da mãe, há 22 anos, a princesa Diana, para chamar a atenção para o problema das minas terrestres..Vai também visitar o Centro Ortopédico do Huambo, que vai passar a chamar-se Princesa Diana, antes de viajar para Luanda..No sábado, o Príncipe Harry será recebido pelo Presidente angolano, João Lourenço, no palácio da Cidade Alta, e depois vai visitar a maternidade do Hospital Lucrécia Paim para conhecer a campanha "Nascer Livre para Brilhar", que visa reduzir a transmissão do HIV/Sida entre mãe para filhos..O príncipe vai estar ainda três dias no Maláui, antes de regressar à África do Sul, onde, em conjunto com Meghan Markle, vai encontrar-se na quarta-feira com a antiga primeira-dama Graça Machel, concluindo a visita com uma audiência com o presidente Cyril Ramaphosa..Segundo o palácio de Buckingham, "o amor do Duque de Sussex pela África é bem conhecido. Ele visitou o continente pela primeira vez aos 13 anos e, mais de duas décadas depois, as pessoas, cultura e vida selvagem e a resiliência das comunidades continuam a inspirá-lo e motivá-lo".