Família de brasileira morta pela PSP processa Estado português

Uma tia de Ivanice Costa, a brasileira morta pela PSP por engano, revelou que a família vai avançar com uma ação judicial para que o governo português pague o transladação do corpo para o Brasil
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A notícia é dada esta manhã pelo online do Globo, no Brasil. Em declarações a este site, a tia da vítima, Célia Maria da Silva Nunes, que mora em Lisboa, considerou "uma monstruosidade" o que a polícia fez à sobrinha, sublinhado que os agentes "não estavam autorizados a agir daquela maneira". De acordo com a familiar de Ivanice Costa, 35 anos. Esta sexta-feira o advogado deverá dar entrada no tribunal com uma ação judicial para que o governo português pague a transladação do corpo da da brasileira para a cidade de onde é natural, Amaporã, no noroeste do Paraná.

Esta tia de Ivanice entende que o Estado português "vai ser culpabilizado a partir do momento em que a Polícia Judiciária fizer a perícia da bala que atingiu" a sobrinha. Conforme o DN já noticiou, o automóvel onde viajava Ivanice, no lugar ao lado do condutor (que seria um brasileiro, seu companheiro) foi alvo de dezenas de disparos, tendo, pelo menos, 20 perfurado a chapa. Ivanice foi atingida na zona superior das costas o que indica que o tiro fatal terá sido um dos que entrou pela zona traseira do automóvel.

O incidente ocorreu na madrugada de quarta-feira, na sequência de uma perseguição da PSP a dois suspeitos de terem assaltado um multibanco em Almada. A PSP alega que confundiu os carros (o primeiro era um SEAT Leon, entretanto abandonado em Setúbal, e o de Ivanice um Renault Mégane, mas ambos de cor escura) e que o condutor não obedeceu à ordem de paragem numa barreira policial, no bairro da Encarnação, tendo tentado atropelar os agentes. Nesta altura os polícias dispararam contra o carro. Mais tarde, interrogado pela PSP, o condutor justificou a tentativa de fuga: não tinha carta de condução, nem seguro do carro e assustou-se. O motivo por que se encontrava aquela hora da madrugada na rua (3.30 da manhã) era porque ia levar Ivanice ao trabalho, num restaurante do aeroporto de Lisboa, onde entrava às quatro da manhã.

Estão neste momento seis agentes constituídos arguidos indicados com pelo crime de homicídio negligente e com apoio psicológico. As perícias da PJ vão agora determinar se o ângulo com que foi dado o tiro fatal mostra se o seu autor cumpriu ou não as regras nestas situações, segundo as quais a arma tem que ser obrigatoriamente apontada de forma a não atingir zonas mortais.

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