Falsificavam notas de 50 euros que vendiam na net. MP acusa cinco pessoas

O cabecilha português foi detido na Colômbia e era quem vendia pela darknet. Enviava depois por encomendas postais. Uma família fabricava as notas em larga escala. Pelo menos 26 mil notas de 50 euros foram colocadas no mercado.
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Cinco pessoas, com idades compreendidas entre os 26 e os 63 anos, que foram detidas no verão pela Polícia Judiciária, foram acusadas Ministério Público de fabricarem notas falsas de 50 e 10 euros que depois vendiam na darknet. Terão colocado no mercado europeu mais de 1,3 milhões euros. Em causa, está a prática de um crime de contrafação de moeda e de um crime de passagem de moeda falsa em concerto com o falsificador, segundo a acusação do DIAP de Lisboa.

O grupo criminoso tinha como cabecilha um português que foi detido na Colômbia, através de um mandado de detenção internacional. É o único que está atualmente em prisão preventiva. Os outros arguidos são um casal e os pais da mulher. As notas eram fabricadas, estando o casal e um outro arguido em prisão domiciliária com pulseira eletrónica e a outra com apresentações periódicas.

"As notas contrafeitas eram vendidas a terceiros através da Internet/darknet e enviadas, pelo correio, para os destinatários, com vista à sua colocação no tráfego monetário e comercial corrente como se verdadeiras fossem. Atividade criminosa que foi desenvolvida até agosto de 2019", revela o MP.

Esta rede foi considerada pela PJ como uma das maiores a nível de falsificação de euros. O grupo operava desde, pelo menos, o final de 2016, tendo sido responsável pela produção de mais de 26 mil notas, maioritariamente de 50 euros, referiu a PJ em setembro passado. Esta operação Deep Money da Unidade Nacional de Combate à Corrupção contou com a participação de outras unidades, designadamente da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica e do Laboratório de Polícia Científica.

As notas contrafeitas foram apreendidas em praticamente todo o espaço europeu, com maior incidência em França, Alemanha, Espanha e Portugal, atingindo um valor superior a 1,3 milhões de euros.

Durante a investigação foram apreendidos no ano de 2018 diversos envelopes que tinham no seu interior notas falsas de 50 euros, enviados de Portugal. Foi feita ainda uma apreensão de uma encomenda postal, com 125 notas falsas de 50 euros, no complexo de cargas da DHL no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto. A partir daqui foi possível identificar a rede criminosa organizada que, pelo menos, desde 2016 se dedicava a fabricar estas notas e a colocá-las à venda através da darknet.

O papel e as tintas para as notas falsas eram importados da China, em grandes quantidades, e o fabrico acontecia em residências dos pais da arguida, que tem dupla nacionalidade, portuguesa e francesa. O seu companheiro esteve também na Suíça. Esta mulher tinha sido namorada do principal suspeito e quando foi detida argumentou que convenceu os pais a alinharem no crime por receio de retaliações do ex-namorado, que considerava ser um homem perigoso. Mas a quantidade de notas produzidas não convence os investigadores.

O presumível líder deste grupo criminoso, um cidadão português residente na Colômbia desde meados de 2018 e com antecedentes por crimes diversos, foi detido nesse país no âmbito de um mandado de detenção internacional emitido pelas autoridades portuguesas, na sequência de estreita colaboração com as autoridades colombianas. Está preso.

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