Numa declaração hoje divulgada a propósito do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que se assinala na sexta-feira, a Alta Representante da UE para a Política Externa, Federica Mogherini, vinca que a União "está a promover meios de comunicação social livres e justos, não só a nível interno, mas também a nível mundial, nas relações com países terceiros, nomeadamente através do financiamento de projetos específicos que reforcem o jornalismo de qualidade, a liberdade de imprensa e o acesso à informação pública".."Com o jornalismo livre sob pressão crescente, a UE reitera a sua determinação em defender a liberdade de imprensa e dos meios de comunicação social dentro das suas fronteiras e em todo o mundo", acrescenta a responsável..Aludindo à realidade das 'fake news' (notícias falsas), Federica Mogherini observa que, este ano, a comemoração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa "aborda os desafios que os meios de comunicação social enfrentam atualmente nas eleições em tempos de desinformação, bem como o seu potencial para apoiar a democracia, a paz e a reconciliação".."A desinformação tem um elevado potencial para influenciar negativamente os processos democráticos e os debates públicos em todo o mundo, e a UE não é exceção", acrescenta..O combate à desinformação está no topo da agenda da Comissão Europeia e também da UE..Foi, por isso, criado no final do ano passado um Plano de Ação Conjunto que contém medidas como a criação de um sistema de alerta rápido para sinalizar campanhas de desinformação em tempo real, que entrou em vigor em meados de março deste ano..O plano prevê também um instrumento de autorregulação para combater a desinformação 'online': um código de conduta subscrito por grandes plataformas digitais, como Facebook, Google, Twitter e Mozilla, que se comprometeram a aplicá-lo..No que toca às campanhas dirigidas aos cidadãos, o documento define que as instituições da UE e os Estados-membros promovam a literacia mediática, através de programas específicos..Na nota hoje divulgada, Federica Mogherini assinala que este plano "procura melhorar a deteção da desinformação, a coordenação e adesão das ações da União e dos Estados-membros, a mobilização do setor privado para cumprir os seus compromissos".."É nosso dever proteger este espaço e não permitir que seja difundida desinformação que alimente o ódio, a divisão e a desconfiança em relação à democracia", adianta a responsável..Recordando a morte de repórteres de investigação na UE nos últimos anos, nomeadamente da maltesa Daphne Caruana Galizia em 2017, do eslovaco Jan Kuciak no ano passado e da norte-irlandesa Lyra McKee este ano, Federica Mogherini lamenta ainda que "demasiados jornalistas tenham perdido a vida ou a tenham colocado em risco por terem exposto verdades inconvenientes".