O arranque do 5G [quinta geração móvel] vai acelerar a disseminação de informação 'falsa', mas o jornalismo encontra aqui uma oportunidade para "ajudar o leitor a filtrar daquela nuvem toda o que tem sustentabilidade, o que é que tem alguma fundamentação, do que não tem", salientou o professor do Instituto Superior Técnico, prestes a jubilar-se.."E isso é uma nova oportunidade" para o jornalismo, rematou.."A questão das 'fake news' está em ensinar todos nós, desde as crianças, para já, a lidar com a informação, a consumir, interpretar", apontou.."Aliás, comecemos por uma coisa muito simples: eu costumo dizer que nós aqui nos exames de admissão ao Técnico o fundamental (...) é ter a certeza que" os estudantes quando entram "sabem ler, escrever, falar, apresentar algo, e pensar", sublinhou..Isto porque "muitos deles não vêm preparados para isso, não têm capacidade de pensar. Palavra de honra, é assustador", comentou.."Claro que se uma pessoa não é capaz de pensar engole tudo", por isso, defendeu que a "educação é o primeiro" passo. ."Outra coisa é ter medidas ativas de defesa", considerou José Tribolet, apontando o papel do jornalismo.."Acho que é uma grande oportunidade para o jornalismo, porque isto vai criar o novo jornalismo".Em termos fundamentais, considerou, "só há uma medida que pode pôr isto debaixo de controlo: é a educação". .Sobre o impacto da tecnologia 5G, concordou que esta aumenta o volume de desinformação que circula nas redes sociais.."Nessa medida, se há uma fonte de veneno ali, vai aumentar a dispersão e a velocidade, com certeza" que aumenta o nível de desinformação, admitiu..Mas o que o 5G vai realmente capacitar "é a ligação entre os biliões de dispositivos inteligentes que se estão a instalar, as câmaras, os 'chips', os comandos todos que a gente está a pôr com pequeninas coisas inteligentes por todo o lado e não têm segurança nenhuma e está tudo ligado em rede. São biliões e o 5G liga tudo", acrescentou Tribolet, que sublinhou que 'fake news' ou manipulação não é algo novo, sempre existiu.