Fagor entrará em liquidação nas próximas semanas
Durante duas horas e meia representantes da Corporacion Mondragón, da qual faz parte a cooperativa histórica e responsáveis da Fagor reuniram-se com elementos do Governo regional, de deputações e autarquias bascas para analisar a situação da empresa.
No final da reunião, o deputado de Guipuzcoa Martin Garitano adiantou aos jornalistas que os responsáveis da Fagor confirmaram que na próxima sexta-feira vão requerer o concurso de credores e nas semanas seguintes entrar em liquidação.
Já hoje o ministro da Indústria espanhol, José Manuel Soria, tinha antecipado que a Fagor entraria em concurso de credores perante a impossibilidade de encontrar novas vias de financiamento.
Recorde-se que a empresa está em pré-concurso de credores desde 16 de outubro, enquanto tentava um processo de refinanciamento da dívida, que passaria por uma injeção de fundos do Grupo Mondragón.
Hoje foi conhecido que os trabalhadores do grupo ainda não receberam os salários de outubro, o que indicia que as tentativas da empresa de encontrar financiamento continuam por fechar.
O eventual fecho da Fagor Electrodomésticos, cooperativa histórica criada no País Basco em 1956, poderá levar à perda de 10 mil postos de trabalho, diretos e indiretos.
Considerada a empresa mais significativa da Corporación Mondragon (MCC, que tem a sua sede na localidade com este nome da região basca de Guipuzcoa), a Fagor chegou a inspirar a criação de algumas das cooperativas mais importantes da história de Espanha.
Com dívidas acumuladas de 800 milhões de euros, a Fagor enfrenta um "fecho iminente" desde que a MCC deliberou que não vai injetar os 170 milhões de euros necessários para o plano de viabilização da empresa.
A decisão levará à perda total de 10 mil postos de trabalho, entre os cerca de 5.600 da empresa e os de fornecedores que trabalham, maioritariamente, para a empresa de eletrodomésticos espanhola.
As consequências podem ser o fecho de treze unidades fabris, cinco das quais em Espanha.