Fácil para o Benfica? Só depois de Gonçalo ter mostrado como se faz

Benfica afastou como lhe competia o Real Massamá. Zivkovic deu bons sinais, Carrillo bem rendido por quem fez a diferença
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O Benfica qualificou-se com normalidade para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Os golos só surgiram na segunda parte, quando Rui Vitória, sem paciência para deixar Carrillo em campo mais tempo, apostou em Gonçalo Guedes. E que aposta. O extremo ganha o canto do primeiro golo, conquista o penálti do segundo e ainda assiste, com um toque sublime, Jiménez para o terceiro.

O jogo começou com nove mudanças no onze inicial do tricampeão nacional, o que na prática deu dez mudanças, pois mantiveram-se, do dérbi com o Sporting para o encontro de ontem, Ederson e André Almeida, que ontem jogou a lateral direito deixando o lado esquerdo da defesa para o jovem de 19 anos, Yuri Ribeiro, que fez o seu primeiro encontro na equipa principal dos encarnados - veremos se será uma aposta continuada ou episódica devido às lesões de Grimaldo e Eliseu.

Havia também a expectativa para se perceber como se iriam portar futebolistas de enorme talento mas que, por uma razão ou por outra, andam arredados da equipa inicial.

O Benfica foi surpreendido nos minutos iniciais com um Real, que lidera a série G do Campeonato de Portugal, bastante estendido pelo campo todo na perspetiva de surpreender o Benfica. Durou dez minutos essa atitude dos homens de Massamá, que estão bem lançados rumo à subida à II Liga.

Após esta (meia) surpresa inicial, o Benfica acercou-se do meio-campo do Real, mas com problemas em jogar em ataque continuado, pois Samaris, Danilo, Zivkovic e Carrillo têm poucos minutos em jogos a doer em simultâneo. O plano existia - muita circulação na procura do espaço -, mas o Real já tinha recolhido à base. Para se perceber como o futebol é imprevisível, a melhor oportunidade nos primeiros 45 minutos surgiu dos pés de Guti. Bem lançado pela esquerda, o guineense fez a diagonal e rematou de pé direito, que dava toda a sensação de golo. Mas, afinal, saiu ao lado.

Ao intervalo além do surpreendente 0-0, já havia conclusões a tirar. Por exemplo, Carrillo começa a ser um problema neste Benfica pelas oportunidades que vai esbanjando sem conseguir convencer o adepto mais entusiasta pelo talento do peruano.

Pior do que isso, para Carrillo, quem o substituiu fez a diferença refletida em golos, uma mudança que Rui Vitória, por certo, não queria efetuar.

O segundo tempo confirmou que Zivkovic começa a mostrar as credenciais que levaram o Benfica a apostar forte na sua contratação e que Cervi, mesmo relegado para o banco no último domingo, é um futebolista seríssimo na atitude com que aborda todo e qualquer lance, seja qual for o adversário.

Também há a registar os dois golos de Mitroglou, que está, claramente, fora de forma. O penálti do 2-0 é uma prenda do treinador para ver se o grego deixa o estado "depressivo" e ganha alguma da alegria que emanava, por exemplo, quando tinha Jonas no seu raio de ação.

O Real bateu-se bem, mas doseou mal o esforço e a diferença de andamento notou-se muito cedo. Só voltou a ter fôlego quando Nélson Mendes entrou, aos 70", mas aí já era tarde.

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