Facebook e Instagram excluem live em que Bolsonaro associa vacina contra covid a SIDA
"As nossas políticas não permitem alegações de que as vacinas de Covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas". Com essa frase, as redes sociais Facebook e Instagram justificaram a exclusão da última live semanal de Jair Bolsonaro, onde o presidente da República do Brasil sugeria que os vacinados contra covid-19 poderiam desenvolver o vírus da SIDA.
Na live, pela qual se comunica todas as quintas-feiras ao início da noite aos seus eleitores, leu uma notícia falsa veiculada por dois sites e depois escusou-se a comentar. "Não quero que a live caia", disse. No entanto, as duas redes sociais excluíram mesmo a comunicação de Bolsonaro pela primeira vez. Foi a primeira vez que o fizeram, embora noutra ocasião já tivessem cancelado uma publicação falsa do presidente brasileiro.
"A afirmação é absurda e anticientífica", disse a infetologista norte-americana Denise Garrett. "São doenças completamente diferentes, não tem nenhum sentido", acrescentou o infetologista brasileiro Jamal Suleimani, para quem "Bolsonaro tem uma fixação anal e devia ir para o divã".
Acusado de nove crimes por uma Comissão Parlamentar de Inquérito que apurou a açõo do governo na condução da pandemia, entre os quais o de charlatanismo, propagação de epidemia e incitação ao crime, Bolsonaro pode ver a live incluída ainda no relatório final da comissão. O senador Alessandro Vieira, do partido Cidadania, requereu a inclusão da live no processo, afirmando que se trata "de mais das ocasiões em que o chefe do executivo federal vem espalhando notórias fake news, criando grandes obstáculos no combate à pandemia".