Fábrica Avianense recupera produção com muita história

Empresa falida em 2005 já factura meio milhão de euros e vai investir em novas instalações para triplicar fabrico
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A mais antiga fábrica de chocolates de Portugal parou com a produção, em 2004, e entrou em falência, mas hoje, seis anos depois, o cenário da Avianense é bem diferente: uma facturação superior a meio milhão de euros em mais de 100 toneladas de chocolate em 2010, número que deverá triplicar com a mudança de instalações já em 2011. "Vamos gastar mais de 1,5 milhões de euros para construir umas instalações mais modernas, que nos permitam manter o crescimento que temos registado", anunciou ontem ao DN Luciano Costa, o proprietário. As novas instalações vão continuar em Durrães, Barcelos, para onde o empresário levou a produção em 2005, a cerca de 150 metros do actual espaço. "Mas vamos ficar mais perto de Viana, ou seja, a 100 metros do rio Neiva, que é o início do concelho, na fronteira com o de Barcelos", explicou ainda.

Além do investimento na nova unidade, os postos de trabalho também deverão triplicar, isto numa fábrica que esteve em risco de desaparecer mas que desde então "tem vindo sempre a crescer", afirma, orgulhoso, Luciano Costa. Fundada em 1914, a fábrica de chocolates Avianense foi declarada falida pelo Tribunal Judicial de Viana do Castelo a 24 de Setembro de 2004, lançando para o desemprego 48 trabalhadores. Em causa estavam dívidas avaliadas em 2,155 milhões de euros, em que o Estado era o maior credor, reclamando 1,142 milhões de euros respeitantes a IRS, IVA e Segurança Social.

"Foi um bom negócio que fiz na altura. Graças a Deus, todos os anos a facturação tem vindo a aumentar", acrescentou Luciano Costa. A marca Avianense, os equipamentos e a frota da empresa foram arrematados por cerca de 150 mil euros por Luciano Costa, que em Agosto de 2005 retomou o fabrico dos chocolates em Durrães, Barcelos, aproveitando as instalações de uma fábrica de confecções também sua propriedade.

Segundo o empresário, a facturação tem registado um crescendo, ascendendo em 2010 a perto de 550 mil euros, respeitantes a 100 toneladas de chocolate, e um crescimento de 10%, pelo que as actuais instalações "não dão para mais", o que se sente de forma especial na altura de Natal, com o elevado aumento da procura.

Na nova fábrica, o número de trabalhadores passará de 10 para 30, estando igualmente prevista a triplicação da produção anual de 100 para 300 toneladas de chocolate. As novas instalações terão um museu com livros, filmes, fotografias, máquinas e outras curiosidades que contarão a história da Avianense e do fabrico do chocolate. Entre as várias "recordações" deste futuro museu estará o imperador, um bombom feito com uma amêndoa torrada nacional e chocolate de leite. "É o nosso ex-líbris e o produto que mais vendemos. Só tenho pena é de não ter tudo pronto já este ano", diz o empresário.

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