Fábio Silva: "No Benfica as pessoas sempre foram impecáveis comigo"
Fábio Silva é atualmente um dos jovens mais promissores do FC Porto. Mas numa entrevista ao jornal Viva Cidade, de Gondomar, terra onde nasceu, não esqueceu o seu passado no Benfica, clube onde atuou nas camadas jovens, entre 2015 e 2017. Deixa elogios a Luís Nascimento, irmão de Bruno Lage, atual treinador do Benfica, e diz que no clube da Luz "sempre foi bem tratado".
No FC Porto, não esquece o dia em que marcou o primeiro golo. Não tanto por se ter estreado a marcar com a camisola dos dragões, mas pelo facto de os adeptos terem começado a gritar o seu nome.
Aqui ficam as passagens mais importantes da entrevista:
"Sim, quando estava no Benfica lembro-me do treinador que tive que era o Mister Luís Nascimento, que em termos de aprendizagem foi o treinador que mais me fez crescer e adquirir muitas das capacidades que tenho hoje, sempre apostou em mim. Falo com ele quase todos os dias, a última vez que falamos, foi no dérbi FC Porto- Rio Ave, ele agora é treinador adjunto do Rio Ave e, no entanto, ele mesmo sendo da equipa contrária, procurou mandar-me mensagem. Ele está sempre preocupado e atento comigo e eu com ele. No ano passado, quando jogava nos juniores, tive outro treinador, o mister Mário Silva, que criei uma ligação muito boa, antes de ser o meu treinador já o conhecia pessoalmente por causa do meu pai, mas o resumo da época com ele foi muito boa, tanto que ganhámos vários títulos que o Porto não ganhava há muito tempo."
"[O FC Porto soube valorizar melhor o talento do que o Benfica?] Não é uma questão de saber valorizar, porque sempre que tive no Benfica as pessoas tratavam-me bem e tinham confiança em mim. Valorizavam-me. Na altura, em concordância com a minha família, achei que era o melhor para mim e para a minha carreira voltar ao Porto, mas no Benfica as pessoas sempre foram impecáveis comigo."
"Quando estava na fase final dos juniores no FC Porto, estava a ter uma sequência muito boa de resultados nos jogos e a marcar muitos golos. Foi-me transmitido que possivelmente, na próxima temporada, poderia fazer parte da equipa principal desde que treinasse muito. Fiquei muito feliz com o meu esforço. Consegui passar à frente dos meus colegas e já tão novo fazer parte de uma equipa como o FC Porto. Saber que sou tão novo e já estar a partilhar o relvado e os balneários com pessoas que admiro enquanto profissionais e com quem eu via e jogava nos jogos de playstation é algo surreal. Na altura a notícia foi-me transmitida pelo meu pai, que é o meu empresário, Jorge Silva."
"Tenho um apoio familiar muito forte e uma estrutura à minha volta que trabalha comigo que tenta manter os meus pés no chão, porque normalmente uma pessoa da minha idade nestas circunstâncias, facilmente perde a cabeça neste mundo, no entanto, são as pessoas que estão ao meu redor que me ajudam constantemente com isso. Eu sou muito tranquilo quanto a isso, porque sou uma pessoa muito ligada aos meus e tenho os pés bem assentes na terra."
"[jogador que gostava de enfrentar em campo] Enfrentar não tenho preferências, mas gostaria de um dia jogar lado a lado com o Cristiano Ronaldo, que é o meu ídolo, também gostava de um dia ter a experiência de jogar pelo Real Madrid."
"Esse momento [primeiro golo pelo FC Porto] marcou-me mais do que o próprio golo (risos). Na altura quando o estádio estava a gritar pelo meu nome foi o momento que ficou mais na minha cabeça, o golo acabou por ficar em segundo plano. Porque era algo que desde muito novo brincava em casa com a minha irmã, muitas vezes eu gritava "Fábio!" e ela respondia "Silva!". Então, tornou-se como a realização de um sonho de infância."
"Não, eu sou uma pessoa que até gosta de lidar com a pressão e de sentir esse extra. E, ao meu ver, quando um jogador deixa de senti-lo, parece que as coisas não correm assim tão bem. Porque até se falhar, gosto de sempre assumir porque falhar faz parte."