Ex-gestor da PT libertado em Díli garante ser "inocente"

Falou com os dois filhos pelo "skype" e disse ao pai que estava "feliz". Tiago Guerra é suspeito do crime de branqueamento de capitais.
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Às 7.00 da manhã de Lisboa (15.00 em Díli, Timor Leste), o preso preventivo português Tiago Guerra, ex-gestor da PT e da Timor Telecom, suspeito de branqueamento de capitais, usava o direito ao telefonema semanal de cinco minutos a que tem direito na prisão timorense de Bécora, em Díli, para falar com o pai. "Meia hora depois de falarmos ao telefone, o meu filho era solto", descreveu ao DN o pai de Tiago, o almirante reformado Carlos Guerra. "Disse-me que estava feliz e falou com os dois filhos pelo skype".

Tiago Guerra, 43 anos, fica ainda sujeito ao Termo de Identidade e Residência (TIR) e a apresentações semanais às autoridades. Mas acolheu com esperança a libertação decretada pelo Tribunal de Recurso de Díli. "Um grande respirar de alívio. Um primeiro passo. Mas parece que desta vez a justiça timorense começa a funcionar. Espero que a partir de agora consigamos esclarecer as coisas todas", afirmou Tiago Guerra à agência Lusa, reiterando estar "inocente". Ainda não foi acusado formalmente.

O empresário português foi libertado a dois dias de cumprir oito meses em prisão preventiva na cadeia de Bécora e de uma intensa campanha que incluiu uma petição pela sua libertação nas redes sociais levada a cabo por família e amigos. Campanha que levou a ações diplomáticas e políticas.

"O meu filho solicitou por escrito as gravações do primeiro interrogatório judicial. Nunca lhe foram facultadas. A Amnistia Internacional também pediu acesso ao processo e nunca o teve", referiu Carlos Guerra.

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